A prisão preventiva de Tancredo Neves Feliciano de Arruda, ex-companheiro e principal suspeito de assassinar a delegada da Polícia Civil, Patrícia Neves Jackes Aires, foi confirmada na tarde de segunda-feira (12/08), após audiência de custódia. Em depoimento à polícia, ele detalhou o momento do crime e confirmou que a policial foi morta por enforcamento.
Conforme o relato, a relação entre ele e a delegada da Polícia Civil, Patrícia Neves, era baseada em ameaças e brigas. No dia do crime, o casal estava à caminho de Salvador, quando uma discussão foi iniciada. O homem disse que a delegada puxou o volante e o carro foi parar em uma área de mata. “Eram só ameaças, mas nesse dia ela puxou o volante [do carro] e vi que ela tava decidida a me fud*r. Ela veio para cima de mim. Pedir para ela parar e ela não parou”, disse ele.
Ele explicou ainda que enforcou Patrícia Neves com o sinto de segurança do carro. “Ela veio para cima de mim e eu perdi a cabeça. Eu parei e perguntei se ela ‘ia me prender ou matar minha mãe’ e ela disse ‘eu vou mesmo’. Então enrolei o cinto de segurança no pescoço dela e puxei”, seguiu ele, confirmando que pressionou o cinto por cerca de 40 segundos.
Tancredo Neves também falou sobre a falsa versão relatada aos policiais inicialmente sobre o desaparecimento de Patrícia. “Foi acontecendo, não foi nada criado, tanto que não tem nem pé nem cabeça. Se fosse premeditado eu teria muito mais capacidade de criar.”
O homem tem uma série de passagens pela polícia em seu histórico. Além de ter sido preso por agressões contra a vítima anteriormente, ele já foi indiciado pela Polícia Civil por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica.
O caso:
Tancredo Neves Feliciano de Arruda foi autuado em flagrante por feminicídio, após o corpo da delegada Patrícia Neves Jackes Aires ser encontrado no banco do carona do seu veículo, em uma área de mata, no município de São Sebastião do Passé.
A policial, de 39 anos, foi velada nesta segunda, na cidade de Santo Antônio de Jesus, em cerimônia com a presença de familiares, amigos e colegas da Polícia Civil da Bahia.
