A onda de violência em Camaçari tem assustado moradores da cidade, localizada na região metropolitana de Salvador, a cerca de 50 km da capital baiana. Os últimos três casos de homicídios, apenas neste mês de março, chamam atenção para a crescente violência na cidade.
O Informe Baiano conversou com moradores da região, que denunciam os assaltos e mortes na região. No dia 18 de março, Leonardo Everth da Silva Parente, de 28 anos, foi morto a tiros em frente a uma barbearia na Rua das Flores, no bairro Gleba E. Testemunhas informaram que, mesmo ferido, Leonardo tentou fugir, mas caiu na via pública e não resistiu aos ferimentos. A autoria e motivação do crime ainda são desconhecidas, e o caso está sendo investigado pela 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari.
“Aqui, a gente já não pode mais sair tranquilo, é medo o tempo todo”, afirmou uma moradora do bairro Alta da Cruz ao Informe.
Em 10 de março, Edilson de Oliveira Rios, de 67 anos, foi assassinado em frente a uma clínica veterinária no bairro Alto da Cruz. Ele estava indo levar seus cachorros para castrar quando foi abordado por dois homens armados. Um dos assaltantes tentou entrar no carro da vítima, mas, ao não conseguir ligar o veículo, disparou contra Edilson, atingindo-o na nuca. Após o crime, os suspeitos fugiram. Edilson era casado há 44 anos e deixa três filhos e quatro netos.
“É a falta de segurança que deixa a gente refém. Fico com medo até de sair de casa”, disse outro morador ao IB, sem se identificar.
No dia 23 de março, Enzo Samuel Saldanha de Oliveira, de 18 anos, foi baleado durante um assalto na Avenida Radial C, na região conhecida como Alta da Cruz. Enzo, que sonhava em ser cineasta, e um amigo estavam a caminho de uma peça de teatro quando foram abordados por um criminoso. O amigo de Enzo entregou o celular, mas Enzo levantou as mãos para mostrar que não possuía nenhum aparelho. O assaltante, então, atirou em Enzo, que não resistiu aos ferimentos. O caso está sendo investigado pela 18ª Delegacia Territorial de Camaçari.
Em entrevista, o tio de Enzo, Allan Saldanha, lamentou a morte do sobrinho: “Nós estamos sem força… E ela [mãe] realmente não aguentou, porque é muito forte, é uma coisa que a ficha vai caindo”. Moradores da região também se manifestaram sobre a violência crescente.
“A gente não sabe quando vai acontecer. O medo toma conta. Dentro de casa, indo pro trabalho, em qualquer lugar. Aqui ou em qualquer cidade. Antes, tinham os lugares perigosos. Agora, todo lugar é. Não temos pra onde correr”, disse uma moradora.
Os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil.
