O economista e ex-BBB Gil do Vigor criticou a nova modalidade de crédito que permite o uso do FGTS como garantia para empréstimos consignados. Em um vídeo publicado nesta segunda-feira (24/03), ele alertou para os riscos da medida e afirmou que os trabalhadores podem acabar prejudicados.
“Se você for demitido e precisar desse dinheiro, vai para o banco e você vai se lascar”, disse Gil. Ele explicou que, na nova modalidade, os bancos podem utilizar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia do empréstimo, o que pode comprometer a segurança financeira do trabalhador em caso de perda do emprego.
O governo argumenta que a iniciativa reduzirá a taxa de juros do consignado, que atualmente está em 2,89% ao mês, para aproximadamente 1,73%. No entanto, Gil alerta que, mesmo com a redução, o custo do crédito ainda será alto. “Se você pegar R$ 10 mil emprestados, vai pagar quase R$ 7 mil só de juros”, exemplificou.
Outro ponto levantado pelo economista é o nível de endividamento das famílias brasileiras. Segundo ele, 76% dos lares do país estavam endividados em janeiro, e 73 milhões de pessoas têm dívidas ativas, com 30% inadimplentes. Ele criticou a ideia de que o crédito barato pode incentivar mais consumo, ressaltando que isso pode levar a um endividamento ainda maior.
“O FGTS não é conta corrente, é um fundo garantidor”, reforçou Gil, destacando que o dinheiro deveria ser usado para segurança do trabalhador e não como garantia para empréstimos. “Se você for demitido, vai viver de quê?”.
Ele finalizou o vídeo recomendando cautela nas decisões financeiras e incentivando o planejamento antes de assumir novas dívidas.
