A administração do prefeito Afonso Mendonça, no município de Ibititá, na região Centro-Norte da Bahia, enfrenta uma nova onda de críticas após a publicação de dois decretos oficiais na última segunda-feira (05/04), que escancararam um possível caso de nepotismo. Em menos de quatro meses de gestão, o prefeito exonerou a secretária de Educação, Juventude e Turismo, Zoraide Barbosa Oliveira Dourado, e, no mesmo dia, nomeou para o cargo sua irmã, Isabelza Ferreira Mendonça Dourado Bastos.
A substituição foi oficializada por meio dos decretos nº 775/2025 e nº 778/2025, ambos assinados por Afonso Mendonça e publicados no Diário Oficial do Município. A nomeação de Isabelza Bastos provocou surpresa, indignação e revolta entre moradores, servidores municipais e representantes da comunidade escolar.
A nomeação da irmã do gestor reacendeu o debate sobre a prática de nepotismo, considerada ilegal pelo ordenamento jurídico brasileiro. De acordo com a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal, é vedada a nomeação de parentes para cargos de direção, chefia ou assessoramento no serviço público. Diante da repercussão, o Ministério Público já teria sido acionado para avaliar a legalidade do ato e possíveis desdobramentos judiciais.
Este não é o primeiro episódio polêmico da atual gestão. Nos primeiros meses de governo, o prefeito Afonso Mendonça foi alvo de críticas devido a contratos milionários assinados com empresas para prestação de serviços de assessoria jurídica e contábil, além de locação de máquinas e equipamentos — o que aumentou a desconfiança da população em relação à lisura da gestão municipal.
Enquanto a cidade cobra respostas e mais transparência, cresce a pressão sobre o prefeito para rever a nomeação e esclarecer os critérios utilizados na escolha da nova titular da pasta da Educação. O Ministério Público deve se manifestar nos próximos dias.