O Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (7), a elevação da taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual. Com a decisão, a Selic passa de 14,25% para 14,75% ao ano — o nível mais alto registrado desde agosto de 2006. A medida foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Em comunicado divulgado após a reunião, o Copom justificou a decisão afirmando que ela é “compatível com a estratégia de trazer a inflação de volta à meta”. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, acumulou alta de 5,48% nos 12 meses encerrados em março, ficando acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
Segundo o Banco Central, o cenário atual exige uma política monetária “significativamente contracionista e por um período prolongado” para garantir a estabilidade dos preços. O comunicado também alertou que os riscos inflacionários — tanto para cima quanto para baixo — estão “mais elevados do que o usual”.
A Selic havia alcançado esse mesmo patamar pela última vez entre julho e agosto de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A nova alta nos juros representa mais um capítulo no esforço da autoridade monetária para conter pressões inflacionárias em meio a um ambiente econômico ainda instável, e deve impactar diretamente o custo do crédito e o ritmo de recuperação da atividade econômica.