Obras de grande porte em diversas regiões da Bahia, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Salvador e a BR-324, foram paralisadas nesta sexta-feira (13) por causa de uma greve geral deflagrada por trabalhadores da construção pesada. A mobilização envolve cerca de 22 mil profissionais filiados ao Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav-BA).
A decisão foi tomada em assembleia realizada no canteiro do Lote 1 do VLT, no bairro da Calçada, em Salvador, após o fracasso das negociações salariais da categoria com o sindicato patronal, o Sinicon. A paralisação atinge obras que somam mais de R$ 25 bilhões em investimentos públicos e privados.
Entre as principais reivindicações estão reajuste salarial, aumento no valor da cesta básica, melhorias no plano de saúde, implantação de uma tabela salarial por função, indenização por aviso prévio, criação de um Comitê da Diversidade para inclusão de mulheres nas obras e oferta de café regional nos canteiros. “A categoria busca dignidade e condições de trabalho mais justas”, destacou o Sintepav-BA.
A greve tem alcance estadual e impacta cidades como Alagoinhas, Ilhéus, Juazeiro, Guanambi, Itabuna, Luiz Eduardo Magalhães e diversos bairros da capital baiana, além de Lauro de Freitas. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) chegou a intermediar as conversas, mas não houve consenso, e a greve foi aprovada de forma unânime em assembleia no dia 6 de junho. O edital de paralisação foi publicado no dia seguinte, respeitando os trâmites legais.
Além do VLT e da BR-324, a paralisação também compromete o andamento de projetos como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), o Projeto Mané Dendê e obras de barragens e manutenção viária, afetando inclusive o trânsito em áreas importantes nos dias que antecedem o São João. O movimento grevista não tem prazo para terminar e seguirá de forma contínua até que as demandas sejam atendidas.
