Durante entrevista concedida nesta quinta-feira (27/06), em Salvador, o senador Jaques Wagner (PT-BA) demonstrou desconforto com o que classificou como “quebra de acordo” por parte de parlamentares da base governista após uma reunião entre líderes do Congresso e ministros do governo Lula.
Segundo Wagner, o encontro ocorreu em um domingo na residência oficial, com a presença dos presidentes da Câmara e do Senado, dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), além de lideranças do Senado e da Câmara. O objetivo era revisar o decreto sobre o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro (IOF) e discutir medidas para o equilíbrio fiscal.
“Todos saíram exultantes com o resultado da reunião”, afirmou o senador, destacando que houve consenso para a retirada do decreto original e a elaboração de uma nova Medida Provisória com ajustes. No entanto, Wagner disse ter sido surpreendido com a reversão do acordo poucos dias depois. “Na quarta-feira da semana seguinte, uma entrevista derrubou tudo. Não me pergunte por quê, só quem derrubou pode responder.”
O petista classificou a situação como “constrangedora” e lamentou a mudança de rumo sem novo diálogo. “Quando se negocia e há expectativa de cumprimento, e isso não acontece, é óbvio que é ruim. Foi um acordo feito e depois derrubado unilateralmente.”
Sobre a suposta autorização do presidente Lula para que a União entre na Justiça contra decisões do Congresso, Wagner negou ter conhecimento da informação. “Acho muito difícil que ele tenha tomado essa decisão. Sei que há uma reunião marcada para discutir o comportamento do governo, talvez seja nesse sentido.”