A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, utilizou um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) no último dia 13 de junho para se deslocar de Brasília a São Paulo, onde, segundo sua assessoria, compareceu a uma consulta ginecológica. A viagem, que teve como passageiros o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foi requisitada por este último, não tendo gerado custos adicionais para a União, segundo a versão oficial.
Ainda de acordo com a assessoria de Janja, a carona não configurou irregularidade: “Janja tinha uma consulta na ginecologista e viajou de carona com os ministros, em um avião da FAB que já estava solicitado pelo ministro Lewandowski.”
Apesar da explicação, o episódio gerou críticas de membros da oposição. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, ironizou nas redes sociais: “Já pagou seus impostos hoje?”, em referência ao uso do avião militar.
Além disso, a presença recente da primeira-dama em Paris, em 4 de junho, também foi alvo de polêmica. Janja participou de um evento organizado pela ApexBrasil — agência do governo voltada à promoção de exportações — no restaurante Café de l’Homme. Batizado de “O Brasil, criativo por natureza”, o evento contou com desfiles de estilistas brasileiros e participação da primeira-dama da França, Brigitte Macron. No entanto, a atividade não constava na agenda oficial com antecedência e só foi divulgada no dia da realização, por meio do perfil de Janja no Instagram.
O cardápio do encontro foi assinado pela chef Morena Leite e o evento contou com segurança reforçada pela polícia francesa. Ainda que promovido com recursos públicos, a falta de transparência sobre a agenda oficial levantou novos questionamentos sobre os compromissos da primeira-dama em viagens internacionais.