Caetano Veloso e Gilberto Gil, dois grandes nomes da música brasileira, participaram do Altas Horas na noite deste sábado. A atração comandada por Serginho Groisman homenageou a dupla com o disco de ouro pelo CD e DVD Dois Amigos – Um Século de Música. No programa, eles falaram sobre suas trajetórias e também comentaram o cenário político atual.
Desde a gravação do episódio no último dia 17, a participação dos artistas já era notícia nas redes sociais. Para responder uma pergunta da plateia, Caetano fez uma comparação da época da ditadura com os movimentos sociais hoje:
“Está tão difícil agora, tão complicado. Na ditadura, a gente participou de uma possível volta da democracia. Era muito confuso também porque boa parte da esquerda não gostava do que a gente fazia de música . Mas a gente participava das manifestações de esquerda. Agora não temos um problema de ditadura. Fico olhando com atenção porque os acontecimentos estão se atropelando. A manifestação de domingo (dia 13/3) era aberta, mas eu não reconheci a Passeata dos Cem Mil (de 1968).”
Em outro momento, Caetano também disse que a mobilização do último dia 13 não foi diferente da passeata que apoiou o golpe de 1964.
“A passeata de domingo não era suficientemente diferente da passeata da Família com Deus pela Liberdade que produziu o golpe de 1964, que ajudou a dar o golpe. O buraco é sempre mais embaixo, mas a gente tem que olhar com objetividade”, disse no programa.
Gil estava mais calado e parecia um pouco debilitado, já que passou alguns dias internado em um hospital de São Paulo para tratar um quadro de hipertensão arterial. Também participaram do programa Alexandre Pires, Baby do Brasil, com o filho Pedro Baby, Emicida, Emanuelle Araújo, Rodrigo Santoro e Tony Ramos.
por Zero Hora.
