“As declarações da Polícia Federal são muito incisivas. Dizem até que tem provas sobre corrupção, caixa 2, lavagem de dinheiro. Na verdade, Rui Costa e Wagner são irmãos siameses”, apontou o deputado federal Paulo Azi (DEM) nesta segunda (26) ao comentar a Operação Cartão Vermelho, da Polícia Federal, que indiciou criminalmente o ex-governador Jaques Wagner, o secretário da Casa Civil do Estado da Bahia, Bruno Dauster, e o empresário Carlos Daltro por recebimento de propina para contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio Arena Fonte Nova, em Salvador.
“Essa tentativa de Rui Costa se distanciar desse escândalo não vai prosperar. Durante todo esse período, ele era chefe da Casa Civil do Governo. É impossível que essas tratativas que envolvem e envolveram a Fonte Nova tenham sido feitas sem o seu conhecimento e a sua participação”, acredita o parlamentar, que complementou.
“Inclusive, a Polícia Federal disse que os recursos, parte deles, eram destinados a campanha eleitoral dele. É um escândalo que atinge em cheio o PT da Bahia”, disparou.
Ainda segundo Azi, trata-se de uma “cifra assustadora”. Além disso, as declarações da delegada Luciana Matutino são “contundentes”, pois “afirmou ter provas do envolvimento do ex-governador e consequentemente do atual governador da Bahia”.
A Polícia Federal chegou a pedir a prisão temporária dos três indiciados, mas os pedidos foram negados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), responsável pelos mandados de busca e apreensão que foram cumpridos hoje em órgãos públicos, empresas e endereços residenciais dos envolvidos no suposto esquema criminoso, incluindo a casa do ex-governador da Bahia, Jaques Wagner.
De acordo com a Polícia Federal, diversas irregularidades estão evidenciadas no inquérito policial, entre elas fraude à licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. A PF explicou que os mandados cumpridos hoje “têm por objetivo possibilitar a localização e a apreensão de provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro”.
De acordo com as investigações, a licitação que levou a formação da Parceria Público Privada nº 02/2010 para a construção do estádio “foi direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações – FNP, formado pelas empresas Odebrecht e OAS”. Segundo laudo pericial, a obra foi superfaturada em mais de R$ 450 milhões, em valores corrigidos.
