Temos fé! Racismo escancarado permanece, mas vamos dar a volta no mundo; por Ramon Margiolle

Quinta-feira, 28 de fevereiro, início da folia momesca, lá estava eu garimpando a internet. Entre uma postagem e outra, duas chamaram minha atenção. A primeira foi um internauta “metendo o pau”, como diz aqui na Bahia, em Beto Jamaica. Em uma das sandices, disse que o referido artista “só escreve merda”.

Atônito, pasmo, confuso, espantado, assombrado, parei e relembrei uma entrevista que fiz há 12 anos mais ou menos com o vocalista do É o Tchan, que compôs uma das músicas mais lindas do Carnaval baiano. Chama-se Crença e Fé e foi lançada em 1994 pela Banda Mel. Posteriormente, regravada por Daniela Mercury.

https://www.youtube.com/watch?v=Luwn-oZkmQc

Na época, eu ainda era um guri/estudante. Questionei Beto: como é o seu processo de composição? Simpático, respondeu que, por diversas vezes, recorreu ao dicionário para encontrar as palavras que se encaixariam melhor na letras. O Negão conseguiu, véi! Crença e Fé traz uma bela reflexão e mostra que a “visão do mundo permanece” e “ainda não modificou”.

Em sua canção, Beto Jamaica fala do racismo escancarado. Crime esse que não é velado, como descreveu em dois artigos, somente esse mês, o advogado criminalista Plácido Faria. Prova disso é a segunda postagem que chamou a minha atenção e de inúmeras pessoas Brasil e mundo afora. Por favor, não me diga que não existe discriminação racial. Não há outra justificativa para o caso chocante que aconteceu no dia 19 de fevereiro, na agência da Caixa Econômica Federal do Relógio São Pedro, um dos pontos altos do carnaval soteropolitano. Mas teve gente dizendo que o cidadão “armou tudo”. Até que ponto vai a maldade humana?

O empresário Crispim Terral estava bem vestido, tem conta no banco e apenas reivindicou um atendimento. Qual o problema disso? Óbvio, nenhum e óbvio que o “problema” foi a cor da pele. O gerente acionou a Polícia Militar, que sugeriu resolver a questão ali mesmo. Mas o acusado fez questão de dizer que não fazia acordo com “esse tipo de gente”. Ainda teve a cara de pau de exigir que a vítima fosse algemada pela Polícia Militar. Uma lástima!

Que chegue logo o tão sonhado ponto de “eclosão total” descrito por Beto e que a gente, definitivamente, “diga yes sou negrão” com toda “crença a nos motivar”.

 

 

Por Ramon Margiolle / rmargiolle@gmail.com 
Editor do Informe Baiano

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