O presidente Jair Bolsonaro (PSL) soltou, durante café da manha com jornalistas no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (5/4), que o ministro da Educação, Ricardo Vélez, “não está dando certo” e que pode demiti-lo na próxima semana.
“Está bastante claro que não está dando certo o ministro Vélez. Na segunda-feira, vamos tirar a aliança da mão direita, ou vai para a esquerda ou vai para a gaveta”, disse o presidente.
O ministro tem criado uma série de rusgas desde quando assumiu a pasta, o que inclui depoimentos polêmicos, que colocaram em crise o governo de Jair Bolsonaro e provocaram a demissão de 16 funcionários do alto escalação.
Abalado por uma forte crise, o Ministério da Educação (MEC) vive momentos de instabilidade no comando. Para se ter dimensão dos conflitos, em 87 dias, o ministro demitiu 91 pessoas – em média, mais de uma dispensa por dia desde que Vélez assumiu o cargo. É o que revela levantamento realizado pelo Metrópoles, com base nas dispensas publicadas no Diário Oficial da União.
O compasso na pasta desandou por uma disputa de poder entre quatro alas distintas: militares, evangélicos, técnicos e aqueles que apoiam o escritor de direita Olavo de Carvalho, influenciador da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Com isso, cargos importantes, como o comando do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) estão vagos. Os recuos, como a revogação da portaria que decidia não avaliar a alfabetização, acentuaram a crise.