Aos 64 anos, o libanês Joseph Nour Eddine Nasrallah, conhecido como Sheik, finalmente foi preso. O chefe de uma quadrilha internacional figurava no topo da lista dos 20 criminosos mais procurados pelas polícias do Brasil. Ele foi localizado pela Polícia Civil de São Paulo, nesta sexta-feira (18/10), em Campinas.
Sheik ganhou o apelido porque construiu em Valinhos, no interior paulista, uma mansão luxuosa, avaliada, em 2007, em R$ 40 milhões. No mesmo ano, ele foi preso pela Polícia Federal, na Operação Kolibra (Conexão Líbano-Brasil), suspeito de liderar a organização que compra toneladas de cocaína na América do Sul e exportar em navios cargueiros para os EUA, Portugal, Espanha, Reino Unido, a Alemanha, a Suíça e para países do Oriente Médio.
A mansão cinematográfica, descoberta na época da prisão, tinha uma banheira avaliada em US$ 60 mil (R$ 243 mil) e detalhes em ouro nas paredes de mármore. O bandido, condenado por tráfico, associação criminosa e lavagem de dinheiro, passou quase sete anos na cadeia após ser capturado pela Polícia Federal, mas em 2013 conseguiu um habeas corpus do ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Em maio de 2016, voltou à prisão por causa da sentença, confirmada em segunda instância, que o condenou a dez anos de reclusão, em regime fechado, por associação ao tráfico transnacional.
Porém, novamente, o ministro mandou soltá-lo com o argumento de que a decisão não havia sido transitada em julgado. Ou seja, não era definitiva. No mês seguinte, a 1ª Turma do STF cassou a liminar de Marco Aurélio, mas a polícia não soube mais de Sheik, que estava foragido.