Infelizmente, por pura ignorância, algumas pessoas insistem em subestimar o novo coronavírus e não respeitam as recomendações das autoridades. Na noite de sábado, em várias praças do bairro de São Caetano, por exemplo, centenas de cidadãos se divertiam com jogos de dominós, baralho e até futebol. Questionei via WhatsApp um amigo que estava na folia e a resposta foi a seguinte: “venha pra cá, isso é doença de rico, rapaz. É Coronavírus que fala, é?”. Em outras localidades mais humildes, as cenas se repetem.
Neste domingo (22/03), na “Feira do Rolo” e num campo de futebol no Uruguai, ambos na região da Cidade Baixa, equipes da Guarda Civil Municipal e Polícia Militar precisaram fazer uma grande operação no combate as aglomerações. Sinceramente, meu povo, aí já é demais e é um absurdo. Sossega o facho, como diz mainha. Você está vendo a atuação do seu vizinho líder comunitário lhe implorando no carro de som para não sair de casa, está vendo nas redes sociais o médico dizer que o bagulho é avera, está vendo o prefeito e o governador, que são inimigos políticos, unidos contra a pandemia e mesmo assim está achando que beiço de jegue é arroz doce?
Depois, quando você ou seu familiar se lascar e ir parar no hospital, não reclame. Aliás, nem nos programas de Bocão ou Casemiro Neto você vai ser ouvido. Porque? Porque a essa altura do campeonato os repórteres querem distância de você. No Informe Baiano, você pode até ser entrevistado, mas por WhatsApp.
Para completar, com a proibição de frequentar as praias da capital e de Camaçari, os que se acham mais “espertinhos”, escapam para as cidades de Mata de São João e Esplanada, no litoral norte. Realmente inadmissível. Aí vai uma informação importante pro desacreditado: o coronavírus já infeccionou mais de 250 mil pessoas em todo mundo e matou pelo menos 12 mil. No Brasil, a progressão geométrica, maior preocupação dos médicos, continua em ascendência e não diminuiu ainda. Vai continuar viajando na maionese? Se ligue, negão, porque a ‘galera do papel’ está ‘intocadinha’ no isolamento social. Eu sei que não é fácil pra gente, mas é necessário. Por favor, use sem moderação o medicamento #bundanosofá e fique em casa!
Por Ramon Margiolle