Todos os dias ele participa ao vivo de pelo menos 12 programas em 4 rádios de Salvador e o tom é sempre o mesmo: porrada nos políticos. Nas redes sociais, integra 62 grupos de WhatsApp e adora provocar os assessores parlamentares: “Muitos deles não fazem nada, ficam só dando cheiro. Eles tem que honrar o que eles ganham. E eu pago meus impostos, então, tenho que cobrar”, esbravejou.
Afinal de contas, quem é esse “cara” encrenqueiro e bom de briga? Será que ele é parecido com o ex-campeão do UFC Júnior Cigano? Será que ele é faixa-preta de Jiu Jitsu? Não! Emanoel Andrade, de 48 anos de idade, tem 1,57 de altura, pesa 86 quilos, é filho da Rainha do Mar Iemanjá e já sofreu até bullying na escola: “Eu era chamado de Parmalat onde eu estudava no Polivalente do Cabula. Lá só tinha negro e aí na hora do bába me chamavam assim. Mas eu não importo, não. Eu levo na boa”, revela. Mas o que deixa Emanoel virado na zorra mesmo é o descaso do poder público: “Essa Transalvador e essa Getaxi é um absurdo. A gente fica cobrando ações e eles não fazem nada. Agora mesmo os taxistas no carnaval ficaram abandonados por parte de Fabio Mota, Seu Fabrizzio Muller e Seu Marcelo Santana”, afirma.
Sempre atento aos problemas da cidade, ele roda 200 quilômetros em média por dia e denuncia tudo o que ver entre uma corrida e outra. A nova causa de Emanuel é a iluminação da Rua dos Beija-flores, final de linha do Resgate: “Já tem seis meses cobrando de Rosemma Maluf e não resolve. Os técnicos já foram no local, mas a secretária não autoriza. Eu quero saber o motivo! São seis lâmpadas amarelas, sendo duas queimadas e não dá pra ver nada. E com isso tem muitos assaltos. Eu quero iluminação lá de led, igual a da rua direta do Santo Antônio”, cobrou ele no grupo de WhatsApp Política do Brasil, onde tem um rival a altura: “Esse tal de Miro do PT enche meu saco, mas eu não como reggae, não. Bato de frente com qualquer um. Esse Miro do PT fica esculhambando o prefeito e me chamando de piru. Aí eu pego ar”.
O Informe baiano perguntou ao Taxista Bom de Briga se ele sonha em virar político e a reposta foi direta: “Claro que não. Nem vereador, nem sindicato”, bradou. Mas Emanuel revela que participa de um grupo “fechado” de amigos que discute política, faz doações para instituições carentes e traça estratégias para atuar nas rádios e no grupos de zap: “A gente se reuni pessoalmente e cada um é de um bairro. Tem eu, Daniel Leal, Capinam, Jair Ferreira, Muzenza, Pastor Ricardo e Lindaiá. Só irmãos”, disse.
O taxista bom de briga não tem facebook, nem instragam, mas se quiser ver ele pessoalmente é só ir na Praça da Sé, em frente a prefeitura ou escutar os programas de jornalismo popular nos rádios de Salvador. Ah, e tem ainda os grupos de WhatsApp.