Revisionismo de ocasião ameaça cancelar Antônio, o santo mais querido dos baianos

“Que seria de mim, meu Deus
Sem a fé em Antônio?”
(Santo Antônio, de J. Velloso)

O que será desta Cidade da Bahia de Todos-os-Santos sem o seu santo protetor? O glorioso Santo Antônio, aquele que carrega em seus braços o Menino Jesus, está ameaçado de ostracismo pelo movimento que prega a retirada dos nomes de personagens históricos envolvidos em práticas racistas, escravocratas ou ditatoriais de ruas, praças e monumentos públicos.

Santo mais querido dos baianos, Antônio é homenageado com o empréstimo do seu nome a mais de duas centenas de ruas, avenidas, travessas, becos, baixas, largos e praças espalhados sobretudo pelos bairros mais populares, na periferia de Salvador.

Tais homenagens, nascidas na maioria das vezes de iniciativas populares isoladas acabaram oficializadas, consolidando-se no decorrer do tempo. A quantidade delas, porém, acabou gerando um problema para carteiros, entregadores e quem mais necessitar encontrar alguém cujo endereço leva o nome do santo. São 36 avenidas batizadas como Santo Antônio. Mais de uma centena de travessas, quase 50 ruas e 13 vilas.

Todos esses logradouros, contudo, poderão mudar de nome. Não para facilitar a vida de carteiros e entregadores, mas se esse movimento de revisionismo da história prosperar em terras baianas e Santo Antônio acabar sendo cancelado.

Desde a última semana, por obra e graça de um projeto de lei do vereador Suica (PT) aprovado pela Câmara Municipal, a tradicional Praça Visconde de Cairu, área de visitação turística onde ficam o Mercado Modelo e a parte baixa do Elevador Lacerda, passou a chamar-se Praça Maria Felipa. A justificativa: José da Silva Lisboa, o visconde de Cairu (1756/1835), foi um escravocrata.

Também na última semana, Letícia Peçanha, coordenadora do Núcleo de Equidade Racial da Defensoria Pública do Estado da Bahia, encaminhou documento à Prefeitura de Salvador recomendando a alteração do nome da Rua do Morro do Escravo Miguel, que fica no bairro de Ondina, zona nobre da capital baiana. A alegação: os negros não foram escravos, mas escravizados.

Nesse último caso, a iniciativa bateu fofo: é que o tal Miguel nunca foi escravo. Nem escravizado. Trata-se de uma homenagem a Francisco Miguel do Prado Valadares, um construtor que viveu na Bahia e que se referia a si próprio como “escravo” por trabalhar excessivamente, embora fosse um homem muito rico. De brincadeira, deu o nome “Escravo Miguel” a uma de suas propriedades – exatamente o morrote onde fica a rua.

Ah, quanto a Santo Antônio. O santo adorado pelos baianos pode ser cancelado por práticas racistas e escravocratas. Era tido como protetor dos capitães-do-mato, os integrantes de uma espécie de milícia da época, que perseguia, capturava e torturava escravos fugidos.

Além do mais, supremo pecado, Santo Antônio teria participado da repressão ao Quilombo de Palmares. Foi levado pelos repressores, em imagem, para lutar contra os escravos rebelados.

Quem vai propor o cancelamento do santo?

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