O Governo Federal criticou a proposta para a área social do vice-presidente Michel Temer, que anunciou através do documento Travessia Social a pretensão de focar as políticas nos 5% mais pobres da população. Dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome apontam que a medida vai desamparar 36 milhões de beneficiários do Bolsa Família, o que representa 78% de todo o público do programa.
O ministério também divulgou um perfil da parcela que deixaria de ser prioridade em uma eventual gestão do PMDB: 47% estão no Nordeste e 26% no Sudeste, 44% têm até 15 anos, e 63% vivem com renda declarada abaixo dos R$ 77 mensais, considerada a linha da extrema pobreza no país.
O documento diz que essas pessoas são caracterizadas como “incluídas” no sistema produtivo, para em seguida observar que a renda de boa parte não ultrapassa a linha da extrema pobreza.
A descrição dos 5% mais pobres no plano de Temer, segundo o governo, também é equivocada: “grupos humanos esparsos, vivendo em pequenas comunidades isoladas”. O MDS diz que, na verdade, 45% dessas pessoas vivem na região Nordeste. A segunda maior parcela, 20,5%, está no Sudeste.
Por fim a nota divulgada a imprensa afirma que o Bolsa Família beneficia atualmente 46,7 milhões de pessoas de 13,8 milhões de famílias e paga, em média, R$ 165 por família. O programa, segundo o MDS, acompanha a frequência escolar de 17 milhões de alunos e contribui para reduzir a mortalidade infantil no país. Também foi responsável por reduzir em mais da metade o déficit de altura das crianças.