O deputado federal baiano Bebeto Galvão (PSB) fez duras críticas contra as mudanças eleitorais previstas na reforma política (PEC 77/03) nesta terça (22). Um dos alvos foi a proposta do “distritão”, modelo no qual sugere que os eleitos seriam os mais votados em cada estado. Hoje, deputados e vereadores são eleitos pelo sistema proporcional, em que as cadeiras das câmaras e assembleias são divididas de acordo com o desempenho nas urnas do partido ou coligação.
“O Brasil vive uma grave crise. Essa, como as demais crises que nós tivemos, nas décadas de 80 e 90, estão associadas ao sistema eleitoral brasileiro. A sociedade cansou. Nós queremos construir um novo sistema eleitoral e político brasileiro. Eu defendo uma constituinte exclusiva, mas lamentavelmente a elite política apresenta como resposta para as suas permanências através dos seus respectivos partidos um sistema eleitoral chamado distritão, que só existe em três países”, afirmou Bebeto.
Ainda de acordo com o parlamentar, o “distritão significa afastar o povo da vida política e não permitir que as minorias participem das eleições”.
“O distritão é a volta do personalismo, do caciquismo político. O distritão afasta as minorias do processo de disputa eleitoral, aprofunda o autoritarismo e não valoriza democraticamente a participação do povo brasileiro nas eleições. Por isso, sou contra o distritão e na Câmara dos Deputados, estarei na linha de frente contra esse sistema eleitoral. Queremos mais democracia e não personalismo político”, finalizou Bebeto.
Pela proposta na pauta, esses políticos passariam a ser eleitos pelo sistema majoritário em 2018 e 2020 e pelo sistema distrital misto a partir de então. No distrital misto, metade dos representantes eleitos serão os mais votados no distrito e os demais serão escolhidos por uma lista preordenada pelos partidos políticos.
A votação foi adiada nesta terça-feira (22) pela segunda vez, pois não houve acordo entre os parlamentares sobre como seria feita a análise do projeto durante a sessão.