A Justiça revogou a prisão preventiva do policial militar Lázaro Alexandre Pereira de Andrade, conhecido como “Tchaca”, do influenciador digital Franklin Reis, e de outros seis investigados na Operação Falsas Promessas 2, deflagrada em abril pela Polícia Civil da Bahia. A decisão judicial substitui a prisão por medidas cautelares mais brandas, que incluem uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair do município sem autorização judicial e comparecimento periódico em juízo.
A operação é um desdobramento da primeira fase da investigação, ocorrida em 2024, e revelou um esquema milionário de sorteios fraudulentos com uso de “laranjas”, empresas de fachada e até adolescentes. Os responsáveis usavam a aparência de legalidade das rifas para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
Além de Tchaca, os investigados Alan dos Santos Souza, Almir Witzlebem Barradas Neto, Antônio César de Jesus, Edson Paim de Oliveira Júnior, Franklin de Jesus Reis e Ludmila Soares do Nascimento também foram beneficiados com medidas cautelares. Outros quatro suspeitos — David Mascarenhas Alves de Santana, Jefferson Pereira da Silva, Joabe Vilas Boas Bonfim e João Nilton Laurentino — foram soltos sem imposição de medidas restritivas.
Por decisão do juiz Maurício Albagli Oliveira, 10 investigados seguem presos: Adilson Prazeres Barbosa, Charles Vilas Boas Prazeres, Francisco Souza Braga Júnior, Idelfonso de Jesus Santos Filho, Jeferson Silva França, José Roberto Nascimento dos Santos (conhecido como “Nanan”), Josemário Aparecido Santos Lins, Paulo Santos da Silva Júnior, Valdomiro Maximiano dos Santos e Wesley da Silva Damasceno.
Apontado como chefe da quadrilha, “Nanan” já havia sido preso em 2024 e, mesmo com tornozeleira eletrônica, continuava promovendo rifas online. Ostentava carros de luxo como Lamborghinis e Ferrari. Sua esposa, Gabriela Vale — a “Gaby Rifas” — também foi citada como integrante do grupo, mas sua defesa afirma que ela não participa das atividades ilegais.
Franklin de Jesus Reis, outro nome central na investigação, usava sua influência digital para atrair participantes e dissimular movimentações financeiras. Em parceria com o influenciador Ramhon Dias de Jesus Vaz e o operador David Mascarenhas, o grupo manipulava sorteios e usava CPFs de terceiros, inclusive de um adolescente de 16 anos, filho de Ramhon.
Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), só Ramhon movimentou mais de R$ 27 milhões entre 2016 e 2022 — sendo quase R$ 20 milhões entre 2021 e 2024 — com origem não identificada.
Suposto esquema de suborno
A investigação também revelou uma gravação em que o PM Tchaca menciona um suposto esquema de suborno envolvendo um servidor da Justiça e um advogado. De acordo com a gravação, o grupo teria pago R$ 80 mil por pessoa para evitar a decretação de prisões temporárias — o que de fato ocorreu dias após a conversa.
As defesas de Nanan e Gabriela alegam que as rifas são autorizadas pela Loteria da Paraíba. As defesas de Tchaca e Ramhon não haviam se manifestado até a última atualização. Franklin de Jesus Reis não teve advogado localizado. As investigações seguem em andamento.
EXCLUSIVO! Franklin Reis movimentou mais de R$ 6 milhões e simulava ganhadores de rifas
