O traficante Phillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, montou uma estrutura clínica completa dentro de casa, no Complexo do Alemão, para realizar procedimentos estéticos como implante capilar, lipoaspiração e até tratamentos dentários. Segundo investigações policiais, ele não deixa a comunidade há pelo menos cinco anos, com receio de ser preso, e por isso decidiu transformar sua residência em um centro médico improvisado.
Além de contar com piscina e hidromassagem, a casa serve como bunker de luxo onde Professor já passou por cirurgia para retirada de estilhaços de bala da cabeça, sem sair da favela da Fazendinha. De acordo com mensagens interceptadas, ele chegou a relatar a um comparsa a intervenção: “Eu fiz uma cirurgia. Tirei um estilhaço de bala que tava na minha cabeça um tempão”.
A trajetória de Phillip no crime organizado teve início em 2012, quando foi preso com comprovantes de depósitos feitos a outros traficantes e registros contábeis. Desde então, acumulou passagens por lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas. Em 2015, foi preso novamente, desta vez em um sítio usado como entreposto para cocaína e armamento pesado. Na ocasião, a Polícia Federal apreendeu 100 quilos de drogas.
Mesmo preso, Professor conseguiu fugir da penitenciária Edgard Costa em setembro de 2018 e nunca mais foi recapturado. Desde então, ganhou notoriedade como figura central na hierarquia do Comando Vermelho. Para investigadores, ele é considerado sucessor de Fernandinho Beira-Mar e passou a ser chamado de “matuto”, responsável por negociações internacionais de armas e drogas.
O poder e a influência do traficante também são sentidos na comunidade. Além da violência, Professor se mantém próximo aos moradores com ações assistenciais: distribui brinquedos em datas comemorativas, financia eventos como pagodes e bailes funks, e chega a comprar remédios para moradores locais. Em 2021, um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou fuzis com o nome “Professor” gravado, evidenciando sua marca dentro da facção.
Apesar das denúncias e provas acumuladas, o criminoso segue foragido e vivendo com luxo e segurança no alto do morro, cercado por estrutura médica, armamento e influência sobre a comunidade local.