O capitão da Polícia Militar da Bahia, Mauro Grunfeld, foi solto mais uma vez por decisão da Justiça Federal. Ele é investigado por envolvimento em um esquema milionário de compra e venda de armas e munições ilegais, que abasteciam facções criminosas na Bahia e em outros estados. A soltura foi determinada na última sexta-feira (02/05) pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo.
Apesar da ordem, até o início da tarde desta terça-feira (06/05), o oficial ainda não havia deixado a prisão. Segundo o juiz, não há mais risco de Grunfeld atrapalhar as investigações, já que a maioria das provas já foi coletada, muitas delas, inclusive, por meio de cooperação internacional. Com isso, a prisão preventiva foi substituída por medidas cautelares.
O capitão terá que entregar o passaporte, está proibido de manter contato com outros investigados e deverá comparecer regularmente à Justiça.
Grunfeld foi preso pela primeira vez durante a Operação Fogo Amigo, em maio de 2024. A ação, comandada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, revelou a existência de uma quadrilha formada por PMs, CACs, lojistas e civis que movimentou quase R$ 10 milhões entre 2021 e 2023.
Interceptações telefônicas mostraram o capitão negociando diretamente com criminosos. Ele chegou a ser solto em julho, mas voltou para a cadeia no dia seguinte por força de outro mandado.
Ex-subcomandante da 41ª CIPM (Federação-Garcia), Grunfeld chegou a ser condecorado como “Policial Padrão do Ano” em 2023. Agora, é tratado como um dos principais operadores do esquema criminoso.
A defesa afirma que as armas eram adquiridas para uso pessoal e nega qualquer envolvimento com o crime organizado.