O torcedor tricolor está com os nervos à flor da pele — e não é para menos. A paciência com a diretoria do Bahia, especialmente com o diretor de futebol Cadu Santoro, está chegando ao limite. A gota d’água foi a falha bizarra do goleiro Ronaldo, na partida contra o Retrô, na noite de quarta-feira (30/07), pela Copa do Brasil.
Em um jogo que estava 2 a 0 para o Bahia, o arqueiro entregou o ouro ao tentar sair jogando com um chute sem noção e de cabeça baixa. A bola bateu no atacante adversário e foi parar no fundo das redes. O Tricolor até venceu por 3 a 2, mas perdeu a chance de levar uma vantagem mais confortável para o jogo de volta. E mais uma vez, o protagonismo foi do goleiro — de forma negativa.
Não é a primeira vez. Nem a segunda. E, infelizmente, não parece que será a última. Antes de Ronaldo, Marcos Felipe já havia comprometido diversas partidas com falhas inexplicáveis. Danilo Fernandes e Denis também tiveram oportunidades — sem convencer. Ou seja: o problema está longe de ser resolvido.
A pergunta ecoa nas arquibancadas, nas redes sociais e nos programas esportivos: cadê o goleiro, Cadu Santoro? A torcida quer saber quando a diretoria vai, de fato, contratar um nome à altura das ambições do clube. Não adianta sonhar com Libertadores e Sul-Americana se a bola mal chega ao gol adversário e já está voltando do fundo da própria rede.
A história do Bahia é rica em grandes goleiros: Jean, Emerson Ferretti, William Andem, Rodolfo Rodrigues, Ronaldo, Sidmar… Todos marcaram época com segurança, liderança e defesas memoráveis. Hoje, o que se vê é um rodízio de erros que colocam tudo a perder.
Nem na base? Nem no mercado?
Se é pra ter paciência com Ronaldo e Marcos Felipe, por que não apostar em alguém da base? Se o clube vai correr riscos de qualquer jeito, que seja com um jovem da casa ganhando experiência, e não com nomes que já demonstraram que não passam confiança nem para os companheiros.
O argumento de que o mercado está difícil já não cola mais. No próprio Brasil existem alternativas, como Matheus Albino (CRB) e Pedro Morisco (Coritiba), que têm se destacado com atuações seguras. Lá fora, nomes como Manuel Roffo (Argentina) estão disponíveis, além de boas opções no Uruguai, Colômbia e México.
Os jornalistas Márcio Martins, Rodrigo Barata, Jailson Baraúna — e praticamente todos os canais que cobrem o dia a dia do Bahia — já alertam há mais de dois anos sobre a fragilidade do setor. A diretoria ignora. Agora, a torcida está cansada. O que falta, Cadu? Coragem? Competência? Ou compromisso com o projeto? Todo time começa com um grande goleiro. E esse é o pilar que está faltando. Urgente.