Há um ano exatamente, uma pergunta do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao ser entrevistado por Luciano Huck — “por que Lula está se misturando com esses ditadores?” — chamou a atenção nos bastidores da política. Trata-se de um questionamento pertinente sobre a postura externa do governo brasileiro.
Na época, Zelenski afirmou que Lula parece “viver as narrativas da União Soviética”, demonstrando uma visão de mundo que, segundo ele, ainda enxerga a Rússia como nos tempos da Guerra Fria.
Ele também questionou a posição do Brasil ao se alinhar, ainda que de forma diplomática, com países autoritários como China, Irã e Coreia do Norte, apontando que, em tempos de conflito, isso não se trata apenas de economia, mas de valores, democracia e liberdade. Estamos em agosto de 2025 e o questionamento continua atual.
Zelenski lamentou que uma nação democrática, como o Brasil, esteja “do lado” de regimes que contrariam esses mesmos princípios democráticos.
A postura do Brasil também se manteve distante de resoluções de paz convocadas pelo Ocidente, como não assinar a declaração final na Cúpula da Paz na Suíça em 2024, e não comparecer pessoalmente à cúpula — o país enviou um representante em seu lugar.
Pesquisadores apontam contradições nessa diplomacia de Lula: para alguns, há uma incoerência entre o discurso pró-democracia e uma proximidade com regimes autoritários, como na visita de Lula à Rússia, a proximidade com a Venezuela de Maduro e as parcerias com países do BRICS com modelos democráticos questionados.