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Informe Baiano
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Povo quica, chora e ainda ganha Popa na Bunda. Por Plácido Faria

O Brasil está mergulhado numa crise sem precedentes, não temos segurança pública, saúde e tampouco educação. Nada se encontra em harmonia, talvez seja este o mote do sucesso do carnaval; fulcrado em plena desordem institucional. É verdade que os poderes da REPÚBLICA FEDERATIVA BRASILEIRA existem. Sucede que na prática desempenha o papel precípuo de zelar pelo interesse de sua classe, de sorrelfa, trabalham também.

O clima não de é de entusiasmo e de festa, conquanto a Nação tenha ficado em êxtase, gritando e pulando carnaval. Já pensou se esta energia momentânea fosse canalizada para algo útil, em prol de uma tomada de consciência para a realização de uma mudança em nossa pátria?

Em 1966, o poeta e sambista Wilson das Neves já previa a situação vivenciada agora, ao proclamar:

“o dia em que o morro descer e não for carnaval
ninguém vai ficar pra assistir o desfile final
na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu
vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil
(é a guerra civil)

no dia em que o morro descer e não for carnaval
não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral
e cada uma ala da escola será uma quadrilha
a evolução já vai ser de guerrilha
e a alegoria um tremendo arsenal
o tema do enredo vai ser a cidade partida
no dia em que o couro comer na avenida
se o morro descer e não for carnaval (…)”

Neste exato momento, em que escrevo o presente artigo, foi decretada a “intervenção federal” no Rio de Janeiro, justamente porque o povo do morro desceu antes mesmo do início da festa e não foi para brincar carnaval.

Ele avisou…

No meio deste rebuliço, de repente, este povo, habitando o pesadelo do sofrimento, recebe uma vacina de alegria, que tem a capacidade de transforma-lo em outra gente, aí sai pulando e gritando: é carnaval…

Na Bahia, acatam ordens dos puxadores de trio, tais como “levanta a mãozinha; pula pra frente; mexe a bundinha; quica, quica, quica, quica sem parar”. Adolescentes e adultos complicados ficam domesticados. A referida vacina provoca uma desmedida euforia e em pleno ano eleitoral, com suas vidas repletas de problemas, esquecem tudo, afinal de contas prevalece a folia momesca.

Infelizmente a vacina da alegria é passageira, tem prazo de validade, acaba na quarta feira de cinzas, mas, a domesticação é eterna.

Reconheço os aspectos positivos do carnaval, tais como: humanos, econômicos e artísticos. Longe de mim crucificar a manifestação popular. Minha reflexão é sobre a mudança mágica do estado de espirito das pessoas, bem como da alienação sobre os problemas que os cercam. Além do mais, o silêncio olímpico frente aos desmandos praticados contra a “nossa pátria tão subtraída”.

O vozeio popular do protesto esqueceu as ruas e as praças, aparentemente o estado de lassidão denota que, sem mordaça e baioneta, nossa nação encontra-se paralisada.

As eleições se avizinham para outubro e vai ser no requebro das informações transmitidas por grupos, sempre comprometidos, que o povo vai fazer sua escolha. Não tivemos reforma política, eleitoral. Somos vitimizados pelo alheamento do que está por trás das intenções dos detentores do poder.

Sem embargo, para ser mais preciso, existiram algumas mudanças nas regras eleitorais, quais sejam: duração da campanha eleitoral para 45 dias; período de propaganda em cadeia de rádio e televisão será de 35 dias; as emissoras têm que veicular dois blocos diários de 10 minutos para cada eleição; nas propagandas não poderão ser usados efeitos especiais, montagens, trucagens, computação gráfica, edições e desenho animados; “envelopamento” estão proibidos. Enfim, a rudimentar mudança das regras só beneficiou quem tem poder econômico e mandato.

Logo após o carnaval, o presidente Temer decretou a intervenção federal no Rio de Janeiro, medida esta que o beneficia politicamente, visto que a aprovação da reforma previdenciária estava difícil. Com a referida medida, ganha-se tempo a fim de “trabalhar” politicamente os congressistas. A justificativa, repetida por diversas vezes, para a realização das mudanças das regras é a falência da previdência social. Tal argumento não convenceu a Nação Brasileira.

Não se deve esquecer que o negócio é tão ruim que os banqueiros, leia-se o capital flutuante internacional, estão de olho grande para futuramente lucrar bilhões, sugando de todas as formas possíveis o combalido salário dos trabalhadores.

É de conhecimento cediço que a seguridade sempre foi lucrativa, apesar dos desmandos propositais dos governantes. Vale repisar que não precisa ter uma bola de cristal para saber que com a reforma, como ora proposta, quem irá explorar a atividade não é um grupo empresarial brasileiro.
Apesar desta toada, não falta élan para o povo celebrar e comemorar nas festas, sabe Deus o que… E, ainda, se gabam de ser o povo mais alegre e feliz do mundo. Na realidade, são possuidores de um falso entusiasmo que não infla o coração.

Lembro-me do poeta Raimundo Correa, ao dizer em uma poesia:

“Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
(…)”

Atualmente, em momento de sobriedade, a Nação ama detestar os políticos e odeia ter que amar a política, esquecendo que os congressistas conquistam suas respectivas cadeiras nas casas legislativas mediante o voto do seu povo.

Continuando com os poetas, citamos Vicente de Carvalho:

“Essa felicidade que supomos,
A árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde há pomos
E nunca a pomos onde nós estamos”.

Assim, viva a alegria, viva o carnaval e vivam os próximos anos, sem reclamar do novo governo. Cada um, na vida, colhe o que planta.

Esqueci: viva a música do carnaval de 2018 da Bahia: POLPA DA BUNDA.

placido faria

Plácido Faria
Advogado e comentarista político
placidofaria@yahoo.com.br

 

 

Saulo

Saulo de Andrade Barros
Co-autor
saulo.ab@uol.com.br

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