O Dia da Consciência Negra foi comemorado nas escolas da rede estadual com atividades culturais e educativas. Em Salvador, no bairro de Cajazeiras, durante toda a terça-feira (20), alunos do ensino técnico em administração do Colégio Edvaldo Brandão Correia participaram de uma feira de empreendedorismo negro, onde todas as propostas de serviços tinham como foco atender as necessidades do consumidor negro. O objetivo é estimular o perfil empreendedor dos alunos, além de promover a consciência sobre a identidade étnica.
“A Feira do Empreendedor já é realizada há muito tempo aqui dentro do colégio. Neste ano, ele teve o foco no empreendedorismo negro. É você pensar o negro como público-alvo, como cliente, mas também aquele que empreende o negócio. Lançamos o desafio para os alunos, os levamos para fazer uma oficina e, quando eles retornaram, nós fizemos um sorteio dos temas. A ideia era criar, inovar. Eles não poderiam trazer uma cópia ou um plágio de um produto que já existia”, explicou uma das professoras responsáveis pelo projeto, Juciane Cerqueira.
Dentre as idéias de negócio, um aplicativo de celular que dá dicas de como cuidar da saúde. O Infoafro ensina a tratar da anemia falciforme, doença mais comum na população negra e que este ano provocou a morte de uma das alunas do colégio. “Como a gente pegou o tema tecnologia, surgiu a ideia: vamos criam um aplicativo sobre a doença e relacionado a negros”, contou a estudante Lidiane de Jesus, que participou do projeto junto com sua turma do 3º ano.
Durante a feira, um desfile exibiu os modelos criados pela empresa de roupas Impactus. A Afrococo expôs e vendeu gastronomia onde o coco é usado em todas as receitas. A Berimbau Tour oferece roteiro turístico negro por Salvador. A Diáspora oferece projetos e itens de decoração com a temática afro. A Ominira trouxe serviços estéticos e acessórios de moda. Todos os projetos serão colocados em prática.
“È bacana perceber nos alunos essa desenvoltura. É a confirmação do que a gente sabe, que todos eles têm um perfil empreendedor e que precisa ser estimulado. Notar esse resultado através da criatividade deles, da produção, aplicação dos fundamentos da administração dentro da sala de aula, e eles poderem colocar em prática como empreendedores é gratificante. É um resultado que faz aflorar a valorização do indivíduo. A gente vê que é bom e se pode fazer educação com qualidade”, declarou a professora e também responsável pela ação, Cristiane Maguete.
Fotos: Paula Fróes/GOVBA
