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Sessão extra de Pele Negra, Máscaras Brancas no domingo

Dez sessões esgotadas, mais de 2 mil espectadores e muita gente voltando para casa. O espetáculo Pele Negra, Máscaras Brancas – primeiro da Cia de Teatro da UFBA encenado por uma diretora negra, Onisajé (Fernanda Júlia) – chega a sua última semana em cartaz – 12, 13 e 14 de abril, às 19h – no Teatro Martim Gonçalves, com sessão extra no dia 14 de abril, às 16h. A entrada é gratuita.

A encenação, composta majoritariamente por negros e negras, traz na codireção Licko Turle, professor visitante da UNIRIO. O elenco é formado por dez atuantes que foram selecionados em audição: Iago Gonçalves, Igor Nascimento, Juliette Nascimento, Manu Moraes, Matheus Cardoso, Matheuzza Xavier, Rafaella Tuxá, Thallia Figueiredo, Victor Edvani e Wellington Lima.

A ficha técnica traz ainda Thiago Romero e Tina Melo na direção de arte -cenário, figurino, maquiagem; Luciano Salvador Bahia, na direção musical; Edileusa dos Santos, na coreografia e preparação corporal; Nando Zâmbia, no desenho de luz; Joana Boccanera, na preparação vocal; e produção de Luiz Antônio Sena Jr., da DAGENTE Produções.

Aldri Anuncianção, dramaturgo do espetáculo, explica que Pele Negra, Máscaras Brancas se baseia em tese homônima de Frantz Fanon e é uma obra de ficção que se vale de quase todas teorias e ainda traz personagens analisadas pelo psiquiatra e filósofo. A obra fanônica se constitui numa leitura obrigatória para aqueles que discutem, estudam e lutam contra o racismo.

Enredo

O dramaturgo declara que sua obra é distópica ao perpassar três períodos – 1950, 2019 e 2888 – para falar sobre como o processo de colonização construiu sofrimentos psicológicos em corpos negros. Ao trazer essas três instâncias de tempo, que dialogam entre si, Pele Negra, Máscaras Brancas “tem um pessimismo ao pensar e repensar feridas provocadas pela colonialidade”.

“Os Condenados da Terra” é outra obra de Frantz Fanon utilizada como referência na dramaturgia. Pele Negra, Máscaras Brancas apresenta a ferida da subjetividade negra. Os Condenados da Terra apresenta uma proposta de ação sobre essa subjetividade falhada ou estragada do negro pela colonialidade.

Trazer o tempo-espaço de 2888 não foi uma escolha à toa, tem uma relação com o ano de 1888, ano em que ocorre a abolição brasileira, muito embora a peça não traga o Brasil como espaço dramatúrgico. “A dramaturgia traz um diálogo da contemporaneidade com o futuro, por isso, conceituo esta peça como uma obra distópica, no sentido de imaginar um futuro perverso, intensificado nos seus conflitos”.

peles negras 2

A montagem traz o próprio Frantz Fanon como personagem no ano de 2019 defendendo novamente sua tese de doutorado, rejeitada pela banca examinadora no ano de 1950 – Pele Negra, Máscaras Brancas, obra que atualmente é referência mundial para discussão sobre o racismo. Dois artistas interpretam esta personagem, Victor Edvani – ator preto e cisgênero – e Matheuzza Xavier – atriz, transgênera e preta.

Além do próprio Fanon, a obra traz uma família formada por seis personagens-tese que vivem em 2888. Nesse tempo-espaço, essas personagens desenvolvem as perspectivas ocidentalizadas de futuro para o negro e estão enclausuradas em uma casa devido a personagem Taiwo ter ultrapassado os limites impostos pelo “Regime Único Mundial”.

Assim como Taiwo outras personagens da sua família já tinham sido infectadas em outros momentos pela “náusea do desejo de saber-ser” e invadiram a velha biblioteca que possui informações a respeito do processo africano pré-colonial. Manter esses livros/informações distante do povo negro, que foi colonizado e vem tendo sua memória escondida e apagada, é uma forma de controle sob os seus corpos.

Corpos negros

Pele Negra, Máscaras Brancas traz uma equipe formado por artistas pretos e pretas, o que para a encenadora Onisajé é muito importante e significativo por uma questão da ampliação de narrativas. Esta conquista é uma reivindicação dos estudantes negros da graduação, da mobilização de artistas pretos engajados dentro da ETUFBA e a realização do FNAC, que contribuiu para que esse momento chegasse.

“A Escola de Teatro da UFBA é pioneira ao trazer isso para a cena, por diversificar e ampliar o olhar para a diversidade cultural do povo brasileiro. Principalmente, por trazer Frantz Fanon, autor importantíssimo para a consciência do racismo como prisão e fator de adoecimento, de impedimento do indivíduo negro(a) de ascender nos espaços”, exclama Onisajé, ao acrescentar que esta é segunda obra com elenco negro, sendo Gusmão – O Anjo Negro e sua Legião o primeiro espetáculo com essa temática, com dramaturgia e direção de Tom Conceição.

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