Indignado com os ataques sofridos constantemente por membros de religiões de matriz africana, um pai de santo fez um desabafo nas redes sociais nesta quarta-feira (29/05). Em um dos áudios encaminhado ao Informe Baiano, o sacerdote cobra uma “atitude mais radical” contra a intolerância religiosa e cita o ataque sofrido pelo Ilê Asé Oyá Ladê Inan, em Alagoinhas. Na ocasião, evangélicos fizeram um culto em frente ao terreiro e disseram que iriam “fechar a casa do demônio”. O IB ainda não conseguiu identificar o pai de santo que fez o desabafo, mas assim que isso ocorrer a reportagem será atualizada. Escute abaixo o áudio.
Em nota, a Frente Nacional Makota Valdina lamentou o ato contra o Ilê Asé Oyá Ladê Ina e disse que o terreiro foi “brutalmente violentado”.
“Em uma prática de puro ódio religioso evangélicos invadiram o espaço externo do Terreiro e agrediram Mãe Rosa de Oyá e autoridades religiosas que estavam presentes. Diante do fato de racismo institucional e da violação do respeito ao livre exercício dos cultos religiosos e da garantia, na forma da lei, de proteção aos locais de culto e a suas liturgias, pedimos que os órgãos públicos competentes: Sepromi Ba / Defensoria Bahia possam dar uma atenção e encaminhamento para mais este caso no interior do Estado. Salientamos que estes e todos os casos de violência contra os nossos terreiros precisam ser combatidos de todas as formas, com medidas de proteção, políticas públicas, Ebós Coletivos, e a interpelação judicial para que seja exigido o respeito às tradições de matriz africana. Estamos organizados e atentos”, diz o comunicado.
Evangélicos fazem culto em frente a terreiro para “fechar a casa do demônio” em Alagoinhas; vídeo