A operação Faroeste, que afastou 4 desembargadores e dois juízes do Tribunal de Justiça da Bahia, também deixou o clima tenso na Assembléia Legislativa da Bahia (ALBA). Ontem (19/11), dia da investida, a sessão terminou cedo mais cedo. Já nesta quarta-feira (20/11), apenas a Comissão de Meio Ambiente funcionou normalmente.
O Informe Baiano conversou com alguns deputados estaduais sob a condição de anonimato.
“Onde passa um boi, passa uma boiada. A questão é que foi aberto um precendente. E agora, qual próximo passo?”, perguntou um parlamentar.
Outro deputado acredita que a “operação foi política para queimar Olegário, que seria eleito presidente do TJ”.
“Agora, com isso, Lourival também não será presidente. Acredito que Cintia será eleita”, opinou.
“Tem até um dono de lixo que ninguém citou, né? Tá blindado?”, questionou um político.
Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 40 mandados de busca e apreensão na Bahia e prendeu temporariamente quatro pessoas. As medidas cautelares foram determinadas pelo ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido da Procuradoria-Geral da República, no âmbito de inquérito que apura suspeitas de crimes como corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O objetivo das medidas é recolher provas de um esquema de venda de decisões no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).
O esquema envolve ainda o uso de laranjas e empresas para dissimular os benefícios obtidos ilicitamente. A suspeita é de que a área objeto de grilagem supere 360 mil hectares e que o grupo envolvido na dinâmica ilícita movimentou cifras bilionárias. Para impedir que o patrimônio obtido de forma ilícita seja colocado fora do alcance da Justiça, o ministro também acolheu o pedido da PGR e determinou o bloqueio de bens de alguns dos envolvidos, no total de R$ 581 milhões. As cautelares incluem ainda ordens de afastamento de cargos de parte dos envolvidos no esquema criminoso.