Jerônimo condena corte de verbas das universidades. Mas só das federais

José Carlos Teixeira*

“O problema do galo é quando ele
só canta em período eleitoral…”
(Dilma Rousseff)

Não se sabe, de certeza, a quem a petista Dilma Rousseff estava se referindo quando postou em seu perfil no Twitter a frase com que abro este artigo, sobre os problemas gerados pelos galos que só cantam em período eleitoral. Mas, como foi no início de julho de 2010, logo após a abertura da campanha eleitoral, é bastante provável que o alvo era seu principal adversário na disputa presidencial daquele ano, o tucano José Serra, que havia deixado o governo de São Paulo, certamente sem realizar alguma coisa que então prometia fazer se eleito presidente fosse.

De todo modo, o nobre leitor há de convir que a frase cabe bem a Jerônimo Rodrigues, o correligionário de Dilma que é candidato a governador da Bahia. Silente sobre cortes de verbas do ensino superior quando era secretário estadual da Educação – de 1º de fevereiro de 2019 até 31 de março deste ano, quando deixou o cargo, desincompatibilizando-se para poder disputar a eleição –, Jerônimo tornou-se loquaz no período eleitoral.

Nesta quinta-feira, 6, ele condenou severa e prontamente o corte de R$ 2,4 bilhões no orçamento do Ministério da Educação destinados às universidades e institutos federais. Em matéria publicada no site do diretório estadual do PT, disse que o corte afeta diretamente o ensino superior federal e é “a representação clara do desprezo” do presidente da República às universidades, alunos, professores e a todos os brasileiros.

A manifestação do candidato, embora justa no seu propósito de defender o ensino superior público, não foi bem recebida, porém, nas universidades estaduais da Bahia. Diz-se que lhe falta credibilidade e sobra a intenção meramente eleitoreira.

É que o discurso do Jerônimo de agora, quando precisa de votos, entra em choque com a prática passada, quando ele comandou por um período, como secretário da Educação, a política de desmonte e sucateamento do ensino público superior estadual ditada pelo governo Rui Costa, por meio de sucessivos cortes nos orçamentos das universidades estaduais.

Para além dos cortes nos orçamentos, que comprometeram investimentos e até mesmo o custeio, prejudicando o ensino e atividades de pesquisa, o governo da Bahia congelou salários e tem reiteradamente desrespeitado até mesmo direitos trabalhistas, conforme denunciam as entidades representativas de professores, alunos e funcionários.

Durante todo esse tempo, de parte do governo, o silêncio foi a regra de ouro. A mesa de negociação foi suspensa unilateralmente pelo governo e não se reúne há mais de mil dias.

Agora, mudou. O galo quer cantar, pois é período eleitoral.

*José Carlos Teixeira é jornalista, graduado em comunicação social pela Universidade Federal da Bahia e pós-graduado em marketing político, mídia, comportamento eleitoral e opinião pública pela Universidade Católica do Salvador.

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