“Pense num absurdo, existe precedentes na Bahia”, disse o deputado estadual Marcelo Nilo (PSL) durante pronunciamento na Assembléia Legislativa da Bahia (ALBA).
Nilo disse que sofreu uma “violência” e que era “cliente do instituto Babesp”. O parlamentar contou também que em um processo contra a Babesp, chegou a pedir para ser ouvido pela Polícia Federal, o que não ocorreu.
“E a Justiça Federal faz um constrangimento desses que eu não desejo nem ao meu pior inimigo?”, questionou.
Ele ainda defendeu a empresa ao afirmar que não havia manipulação de pesquisas.
“Muitos que contrataram a Babesp tiveram a comprovação no pleito eleitoral… Muitos deputados aqui contrataram a Babesp, porque cresceu bastante”, afirmou.
Por fim, disse que hoje foi o dia mais difícil de sua vida.
“Nunca imaginei chegar onde cheguei. Nunca imaginei sentar nessa cadeira (Alba) e de governador da Bahia e passo por esse constrangimento em minha residência às 6 horas da manhã para fazer uma busca e apreensão… É uma dor que nenhum de vocês merece passar, principalmente quando se tem a consciência tranquila… Vou continuar de cabeça erguida”.
A operação
A operação deflagrada na manhã desta quarta (13) pelo Ministério Público Eleitoral e a Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em endereços na capital baiana com o objetivo de apurar indícios de crime de falsidade eleitoral envolvendo a empresa Bahia Pesquisa e Estatística LTDA – Babesp. O principal alvo é o ex-presidente da Assembléia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado estadual Marcelo Nilo (PSL).
A Procuradoria da República na Bahia (MPF-BA) e o Ministério Público Eleitoral informaram que há evidências a Babesp, também conhecida como Datanilo, prestou falsa informação à Justiça Eleitoral e era utilizada para receber recursos em caixa 2.
Os alvos da operação foram os endereços residenciais e profissionais de Nilo; de seu genro Marcelo Dantas Veiga; do sócio da Babesp Roberto Pereira Matos; e a sede da empresa Leiaute Comunicação. A operação tem como objetivo coletar documentos, papéis, registros e dados arquivados em equipamentos de informática que possam contribuir com as investigações. Cerca de 30 policiais federais participaram da ação e dois membros da Procuradoria Regional.