Salvador registrou, no 1º trimestre de 2025, a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. O índice caiu para 9,2%, mantendo a capital baiana abaixo da média estadual (10,9%) e consolidando-se como uma das poucas capitais com tendência de melhora no cenário do desemprego.
Em comparação ao trimestre anterior, quando a taxa estava em 9,7%, o recuo reforça a retomada gradual do mercado de trabalho soteropolitano. A queda no número de pessoas desocupadas contribuiu diretamente para esse resultado. Foram 143 mil pessoas em busca de trabalho, frente a 153 mil no último trimestre de 2024. No mesmo período, a quantidade de pessoas trabalhando passou de 1,422 milhão para 1,413 milhão.
Apesar do avanço, Salvador ainda figura entre as cinco capitais com maiores taxas de desocupação no Brasil, caindo da 4ª para a 5ª posição. A cidade está atrás de João Pessoa (10,2%), Manaus (10,0%), Recife (9,9%) e Belém (9,4%).
Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a taxa também recuou, passando de 10,3% para 9,8%, o menor índice para um 1º trimestre em 13 anos. Com isso, a região caiu da 2ª para a 4ª maior taxa entre as metrópoles pesquisadas pelo IBGE.
Rendimento sobe em Salvador, mas ainda é um dos menores entre capitais
Além da queda no desemprego, Salvador também apresentou crescimento no rendimento médio real dos trabalhadores. A média mensal ficou em R$ 3.027, alta de 3,6% (R$ 106 a mais) em relação ao trimestre anterior. No entanto, o valor representa queda de 3,5% frente ao mesmo período de 2024 e foi o segundo menor entre as capitais brasileiras — acima apenas de Manaus (R$ 2.942).
Na Região Metropolitana, o rendimento médio foi de R$ 2.909, também com crescimento frente ao trimestre anterior (+2,0%), mas com recuo anual (-2,3%).
Desempenho estadual ainda inspira cautela
Embora Salvador e sua região metropolitana apresentem dados positivos, o cenário estadual ainda é desafiador. A Bahia teve a 2ª maior taxa de desocupação do país (10,9%), atrás apenas de Pernambuco (11,6%), e quase três vezes superior à registrada em Santa Catarina (3,0%), a menor do país. O estado ainda concentra o maior número absoluto de pessoas desalentadas: 527 mil, mesmo com queda anual de 13,2%.
Esses dados reforçam que, apesar da melhora pontual em Salvador, o mercado de trabalho baiano ainda enfrenta altos níveis de informalidade (51,9%) e desafios estruturais que exigem políticas públicas consistentes para garantir inclusão produtiva e geração de emprego formal.
DADOS DO IBGE: Bahia tem o terceiro pior salário médio do país