A Ponte Salvador-Itaparica, considerada a maior obra de infraestrutura em andamento na Bahia, não contará com ciclovia em seu projeto. A justificativa foi apresentada pelo CEO da concessionária responsável pela construção, Cláudio Villas Boas, durante entrevista ao jornal A Tarde. Segundo ele, a ausência do espaço para ciclistas se deve a fatores técnicos, operacionais e ao perfil da travessia.
De acordo com Villas Boas, estudos realizados ainda na fase que antecedeu o edital apontaram que o uso diário de bicicleta ocorre, majoritariamente, em deslocamentos curtos — com média inferior a 5 quilômetros. A ponte, no entanto, terá 12,4 quilômetros de extensão, e a travessia completa poderá chegar a 15 quilômetros. Além disso, o ponto mais alto da estrutura ficará a cerca de 85 metros acima do nível do mar, equivalente a um prédio de mais de 30 andares, o que tornaria o percurso extremamente difícil para ciclistas.
“É uma ponte rodoviária, não uma ponte urbana. A lógica de uso é diferente, voltada ao transporte veicular de média e longa distância”, explicou o CEO.
Além das questões estruturais e de segurança, a concessionária também levou em conta a viabilidade prática e o custo adicional que uma ciclovia exigiria. A avaliação técnica concluiu que a baixa demanda estimada por ciclistas não justificaria a inclusão desse modal na ponte, cujo foco é melhorar a mobilidade intermunicipal e regional por meio do tráfego rodoviário.
A entrega da ponte está prevista para 2031.