A Bahia segue no topo de um ranking que ninguém gostaria de liderar. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, o estado é o segundo mais perigoso do país, superando Rio de Janeiro e São Paulo. Nove das vinte cidades mais violentas do país estão em território baiano. Um dado alarmante que escancara uma crise de segurança pública profunda — e que tem sido ignorada ou minimizada pelo governo federal.
Na manhã desta quinta-feira (24/07), o bairro da Federação foi palco de diversos tiroteios. Pelo menos quatro confrontos foram testemunhados e transmitidos ao vivo por programas de televisão. Cenas assustadoras que resultaram em duas mortes.
Também hoje, conforme denúncia do Informe Baiano, o Comando Vermelho impediu a atuação de técnicos da Claro e lojas na Avenida Bonocô ficaram sem internet. A facção carioca quer obrigar os comerciantes baianos a contratar seus serviços clandestinos.
O que mais preocupa é a normalização da barbárie. Homicídios, chacinas, assaltos, guerras entre facções, execução de jovens, toque de recolher em bairros inteiros. Sobretudo nas cidades grandes, a população vive sob constante medo. É questão de tempo para a violência desenfreada atingir os municípios menores. A sensação de insegurança já não se limita à periferia — ela tomou as avenidas centrais, os comércios, os terminais e até as escolas. No Engenho Velho da Federação, duas instituições ficaram sem funcionar por conta do clima de insegurança.
Enquanto isso, o governo Lula permanece omisso. O presidente, que tanto prometeu retomar o papel de liderança nacional, parece ter escolhido o silêncio quando o assunto é o combate ao crime na Bahia — justamente o estado governado por seu aliado político, Jerônimo Rodrigues (PT). Em vez de articular um plano emergencial de segurança ou reforçar o apoio da Força Nacional, o Palácio do Planalto assiste passivamente à escalada da violência.
Qual tem sido a contribuição concreta do governo federal para conter esse cenário? Onde está o investimento em inteligência policial, tecnologia, policiamento ostensivo e integração com as forças estaduais? Onde estão os programas sociais e estruturantes que poderiam agir na raiz do problema?
É impossível dissociar a crise de segurança na Bahia da falta de ação coordenada entre os governos estadual e federal. A omissão custa caro: vidas perdidas, famílias destruídas, e uma juventude que cresce cercada por medo e violência.
A Bahia clama por socorro. Os baianos não querem discurso, querem ações efetivas. E o governo federal não pode continuar lavando as mãos diante de um problema que é nacional, mas que tem epicentro em um dos estados mais importantes do país.
O combate à violência não é pauta de oposição ou disputa ideológica — é uma urgência humanitária. Lula, que já ocupou cargos sob o lema de “cuidar das pessoas”, precisa urgentemente mostrar que essa frase ainda tem valor. Porque enquanto ele hesita, o crime avança.
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