O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), antes mesmo de ser preso na operação Lava Jato, em outubro do ano passado, já planejava lança um livro que, dizia ele, iria “abalar a República”. Inclusive, chegou a sentar para conversar com algumas algumas editoras.
Pelo jeito, as propostas não interessaram tanto ao peemedebista que, dois dias antes de ser preso, criou uma empresa com capital de R$ 90 mil e cuja principal atividade é a “edição de livros”.
Trata-se da “Eduardo Cunha Atividades Intelectuais”, com sede no endereço do escritório do político no centro do Rio de Janeiro, no edifício De Paoli, 32º andar, de acordo com registro na Receita Federal.
A empresa é do tipo Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), uma categoria que permite a separação entre o patrimônio empresarial e privado. Segundo a Sebrae, caso o negócio contraia dívidas, apenas o patrimônio social da empresa será utilizado para quitá-las, exceto em casos de fraude.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, ao assinar contrato com uma editora, o autor recebe normalmente 10% do valor arrecado com a venda de exemplares, além de uma entrada fixa. Já em uma produção própria, o escritor é responsável pelos custos, mas fica com o eventual lucro.
A Folha também ouviu o advogado de Cunha, Pedro Ivo. Ele confirma que a empresa foi aberta para “administrar a publicação do livro”.
Cunha está preso no Complexo Médico Penal do Paraná, condenado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, a 15 anos de prisão, por participação em esquema de propina envolvendo negócios da Petrobras.