A pandemia causada pelo novo coronavírus tem gerado impactos econômicos em todo o mundo. No Brasil, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional, a previsão para este ano é de uma retração de 5,3% no PIB do país, cinco vezes mais do que a média estimada para os chamados países de economia emergente, como China e Índia.
Nesse cenário, os pequenos negócios costumam ser ainda mais afetados. Dados de pesquisa realizada pelo Sebrae indicam que 88% dos micros e pequenos empresários relataram queda no faturamento, considerando-se o início de abril. Entre os segmentos atingidos, estão comércio varejista, moda, beleza, turismo, logística, transporte, alimentos e bebidas.
Para tentar driblar os efeitos da crise do coronavírus, tanto o governo quanto instituições financeiras estão oferecendo linhas de crédito especiais voltadas para as micro, pequenas e médias empresas. Aprovado pelo Senado Federal, será analisado também na Câmara dos Deputados projeto de lei que cria uma linha de crédito para negócios com faturamento anual até R$ 4,8 milhões.
Essas são algumas ações que ajudam a dar um gás na economia e permitem às empresas passarem por essa fase de forma mais equilibrada. Quem faz a análise é a coordenadora de Serviços e Operações Financeiras da Consulting, Fernanda Pessoa. “A decisão de contratar os financiamentos disponíveis vai depender do segmento de atuação e da saúde financeira de cada empresa”, observa.
A especialista orienta que os negócios que precisam desses recursos devem buscar a aprovação das instituições bancárias o quanto antes para aproveitar as taxas mais interessantes e observar o prazo de carência para pagamento. Fernanda acrescenta ainda que uma consultoria ou orientação especializada nessas horas também são alternativas para guiar a decisão das empresas.
Conheça abaixo algumas das linhas de crédito disponíveis nesse período.
Para empresas com receita até R$ 300 milhões – Ofertada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a linha oferta R$ 5 bilhões distribuídos da seguinte forma: até R$ 360 mil, para microempresas, entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, para pequenas, e R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões, para médias.
Específica para folha de pagamentos – Com recursos do BNDES e disponibilizada pelos principais bancos do país (Bradesco, Itaú, Caixa, Santander e Banco do Brasil), essa linha é voltada para empresas com faturamento anual acima de R$ 360 mil até R$ 10 milhões. O crédito financia até 2 salários mínimos (R$ 2.090) e o que excede a empresa deve cobrir com recursos próprios.
Para fortalecer o capital de giro – A Caixa Econômica Federal disponibiliza para as micro e pequenas empresas crédito voltado para a modalidade de capital de giro, com juros reduzidos. As mínimas chegam a 0,57% ao mês. São ofertadas ainda linhas especiais com carência de até seis meses para aquelas empresas mais afetadas nos setores de comércio e prestação de serviços.
Iniciativa do governo – O governo também anunciou linha de crédito voltada para aliviar o caixa dos pequenos e micro empreendedores envolvendo fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os juros são de 2,5% ao ano e o limite de financiamento é de R$ 100 mil, para capital de giro, e de R$ 200 mil para investimentos. Com a expectativa de liberar R$ 6 bilhões, os recursos serão concedidos pelo Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Banco do Brasil.