Em carta divulgada na sexta-feira (06/06), a primeira-dama de Tamandaré, em Pernambuco, Sarí Corte Real, pediu desculpas à mãe do garoto de 5 anos, Miguel Otávio Santana, que morreu após cair de um prédio, no Recife. A empregada doméstica Mirtes Renata estava passeando com o cão da patroa, que deixou a criança entrar no elevador sozinho e seguir para o nono andar, onde escalou a área do ar-condicionado, se desequilibrou, caiu e morreu, na última terça-feira (02/06).
Veja abaixo o texto na íntegra:
Carta a Mirtes
Como mãe, sou absolutamente solidária ao seu sofrimento. Miguel é e sempre será um anjo na sua vida e na sua família. Não há palavras para descrever o sofrimento dessa perda irreparável. Nunca, mas nunca mesmo, pude imaginar que qualquer mal pudesse acontecer a Miguel, muito menos a tragédia que se sucedeu. Te peço perdão. Não tenho o direito de falar em dor, mas esse pesar, ainda que de forma incomparável, me acompanhará também pelo resto da vida. Estou sendo condenada pela opinião pública como historicamente outros foram. As redes sociais potencializam o ódio das pessoas. Tenho certeza que a Justiça esclarecerá a verdade. Na nossa casa sempre sobrou carinho e amor por você, Miguel e Martinha. E assim permanecerá eternamente. Rezo muito para que Deus possa amenizar o seu sofrimento e confortar seu coração.
Sarí Gaspar
A mulher chegou a ser presa em flagrante por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), mas solta após pagar R$20 mil de fiança.
Funcionária fantasma
Em meio ao crime, também é investigado o fato de Mirtes, mãe da criança, ser cadastrada como servidora pública da prefeitura, desde 1º de fevereiro de 2017. Consta no Portal da Transparência que a funcionária exercia cargo comissionado (sem carga horária específica) de gerente de divisão, locada na Manutenção das Atividades de Administração da cidade. O pagamento seria equivalente a um salário mínimo. A empregada doméstica afirmou que não sabia do cargo e trabalhava apenas na casa dos patrões. Portanto, a suspeita é que ela era funcionária fantasma da gestão municipal.
O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) informou que “após a fiscalização, constatada a veracidade dos fatos, o gestor poderá ser implicado em crime de responsabilidade e infração político-administrativa” e os envolvidos devem ressarcir os cofres públicos, caso se confirme a ilegalidade no pagamento.