O presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no Rio Grande do Sul, Tarso Teixeira, 69 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (04/01), vítima da Covid-19. Influente liderança ruralista no estado, ele estava internado no CTI do Hospital das Clínicas, em Porto Alegre. O idoso chegou a ser denunciado ao Ministério Público do Trabalho e à ouvidoria do Incra por desrespeitar as normas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus e de colocar a vida de servidores em risco.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, lamentou a morte do servidor em suas redes sociais. “Ele estava realizando um grande trabalho no instituto para regularização de terras no estado. Meus sentimentos aos familiares, amigos e a todos os colegas de trabalho”.
As representações contra Tarso no Ministério Público do Trabalho e na ouvidoria do órgão foram protocoladas pela Cnasi (Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra) no início de dezembro. Ele não usava máscara e não adotava os cuidados devidos no ambiente de trabalho, além de pressionar os servidores a retornarem ao trabalho presencial sem a segurança necessária.
Em nota, o Incra afirmou que “Tarso Teixeira compareceu ao trabalho por vontade própria, embora a portaria do Incra o autorizasse a permanecer em home office”, em decorrência da idade.
“Desde o início da pandemia, em março do ano passado, o Incra vem seguindo as orientações dos normativos publicados pelo Ministério da Saúde; Ministério da Economia e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), órgão superior ao qual a autarquia é vinculada, visando garantir a segurança de seus servidores, gestores e colaboradores no trabalho”, afirmou o órgão.
Tarso também era diretor vice-presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul). Ele deixa mulher e três filhos.