“Nós fizemos um pacto com Muhammad para morrer como mártires. (…) Nós morremos em Aleppo, vocês morrem aqui”, berrou o polícia de intervenção Mevlüt Mert Altintas, em turco e russo, momentos depois de matar a tiro o embaixador russo, Andrei Karlov, durante uma exposição em Ancara. São estas palavras, as últimas antes de Altintas ser neutralizado pelas autoridades turcas depois do ataque que aparenta ser uma vingança aos bombardeamentos russos na Síria, apoiados pelo regime de Assad.
“Allahu akbar! Allahu akbar! Não se esqueçam de Aleppo. Não se esqueçam da Síria. Não se esqueçam de Aleppo. Não se esqueçam da Síria. Enquanto não estivermos a salvo, vocês não estarão a salvo. Para trás. Para trás. Apenas a morte nos tirará daqui”, disse Altintas. “Quem estiver envolvido nesta opressão [de Aleppo e Síria] será responsável por isso”, concluiu o atirador, um polícia de 22 anos da província de Aydin, no sudoeste da Turquia.
O ataque acontece um dia depois do ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavusoglu, ter ido a Moscovo falar com o governo russo e iraniano sobre a Síria. “Este encontro servirá para compreendermos todos os lados deste conflito. Queremos compreender em que pé estamos e discutir até onde vamos daqui”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado oficial.
Contudo, o analista Yannis Koutsomitis não acredita que este ataque tenha algum impacto nas relações entre a Rússia e a Turquia.