Após a recusa da médica Ludhmila Hajjar, o atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Marcelo Queiroga, aceitou o convite de Jair Bolsonaro e vai assumir o cargo de ministro da Saúde no lugar do general Eduardo Pazuello. Será a quarta pessoa a ocupar o cargo na atual gestão.
Queiroga ficou cerca de 3 horas em reunião com Bolsonaro no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (15/03). Após o encontro, o presidente disse que “já conhecia o médico” e que ele “é um profissional qualificado”.
Paraibano, Queiroga tem bom trânsito em Brasília e no governo, tendo sido convidado este ano para integrar a direção da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Ele já havia sido cotado para a pasta após a saída de Mandetta. No combate ao coronavírus, defende o distanciamento social e não acredita em tratamento precoce, dois pontos em que diverge dos bolsonaristas e do próprio presidente. Mas Queiroga é considerado uma pessoa com jogo de cintura para construir uma política de saúde que possa funcionar contra a pandemia, sem contrariar suas convicções.
O médico é graduado pela Universidade Federal da Paraíba e é especialista em cardiologia. Além disso, tem doutorado em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/Portugal. Atualmente, dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, também na Paraíba.
Atuou como dirigente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, na qual já exerceu a presidência no biênio 2012/2013, sendo membro permanente do seu Conselho Consultivo. Integra ainda o Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba como Conselheiro Titular. Também já se posicionou contrário ao “tratamento precoce” defendido por Bolsonaro à base de cloroquina, medicamento sem comprovação científica para covid-19.
De perfil técnico, Queiroga atuou na equipe de transição do governo de Michel Temer para Bolsonaro no fim de 2018. Em setembro do ano passado, encontrou-se com o presidente no Planalto e chegou a postar uma foto com ele. Estavam no páreo para susbtituir Pazuello o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ) e o também cardiologista José Antonio Franchini Ramires, do Incor, em São Paulo.