A sinalização do nome do governador Rui Costa (PT) como candidato ao Senado nas eleições de 2022, na chapa possivelmente encabeçada pelo senador Jaques Wagner (PT), demonstra um movimento forte no jogo político baiano.
O efeito Lula, após ter seus direitos políticos reestabelecidos, com os números da mais recente pesquisa que coloca o petista à frente de Jair Bolsonaro na corrida presidencial, forçaram uma jogada no tabuleiro.
Com os nomes de Wagner e Rui postos para duas das três vagas da majoritária, há quem analise a antecipação dos nomes como um possível “suicídio político”, já que há o risco de um rompimento com os dois maiores partidos de sustentação da base governista.
Por outro lado, PSD e PP não têm como, simplesmente, passar a régua e mandar fechar a conta, apesar de movimentos internos, principalmente no ninho progressista baiano e, nacionalmente, sustentando, via Centrão, o governo do presidente Jair Bolsonaro. Na Bahia, o saldo é alto para PSD e PP, que administram importantes secretarias estaduais que, juntas, formam um orçamento bilionário. Apesar de somarem, a Assembleia Legislativa, a UPB e as quase 200 prefeituras não conseguem dar sustentação às duas legendas.
Além do mais, Rui se tornou uma grande liderança política no estado, título conquistado mais pela sua atuação como gestor do que por sua habilidade política propriamente dita. E é aí que o jogo começa a esquentar. Com a caneta nas mãos e os altos índices de aprovação, Rui inicia a corrida com ampla vantagem porque, apesar das insatisfações por uma suposta falta de diálogo político, ninguém dentro da base se arriscaria a dar início a um processo de fritura contra o governador.
Na mesma tacada, Wagner garante em seu palanque um afilhado que conta hoje com aprovação de 70% dos baianos e os dois, juntos, garantem no no mesmo palanque um cabo eleitoral de maior preferência entre o eleitorado baiano e com chances reais de se tornar novamente o próximo presidente da República.
David Mendes é jornalista político
Twitter: @davidmendesbam