Após o cancelamento de aproximadamente 1.200 demissões nas fábricas da General Motors em São Paulo pela Justiça do Trabalho em 31 de outubro, a montadora inicia hoje (5) um Programa de Demissão Voluntária (PDV) com o objetivo de desligar um número equivalente de trabalhadores nas três unidades.
O PDV, que estará em vigor até 12 de dezembro, foi negociado em conjunto com os sindicatos das fábricas em São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Na última sexta-feira (1º), os sindicatos aprovaram o programa, que oferece uma série de benefícios além das verbas rescisórias previstas por lei. Para reverter as demissões nas linhas de produção, os funcionários realizaram uma greve de 17 dias, suspensa em 8 de novembro, após a montadora concordar em remunerar os dias parados e conceder licença remunerada aos demitidos.
De acordo com informações fornecidas pelos sindicatos ao UOL Carros, a meta da General Motors é desligar cerca de 840 dos 4.000 trabalhadores em São José dos Campos, 290 de 4.300 em São Caetano do Sul, e 95 de 480 em Mogi das Cruzes, onde são fabricadas autopeças e componentes de reposição.
Os benefícios oferecidos vão além das verbas rescisórias e incluem um carro zero-quilômetro. Os detalhes são os seguintes: seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses, ou R$ 6.000 para trabalhadores com até seis anos de empresa; cinco meses de salário, um Chevrolet Onix Hatch LS ou R$ 85 mil, e plano médico por seis meses, ou R$ 12 mil para trabalhadores com sete anos ou mais de empresa.
A estabilidade no emprego até 3 de maio de 2024 é garantida para aqueles que optarem por não aderir ao PDV. A cada adesão de um trabalhador ativo, haverá o retorno de outro em licença remunerada. Além disso, há uma compensação de 50% até 30 de junho de 2024, conforme a necessidade de produção, relacionada aos dias parados durante a greve.
Apesar da necessidade de demissões alegada pela GM, os sindicatos salientam que a Justiça do Trabalho suspendeu os desligamentos até encontrar um caminho alternativo. A montadora alega que as demissões são motivadas pela queda nas vendas e exportações de veículos.