O Ministério dos Transportes planeja iniciar, ainda este ano, a construção da Ponte Internacional de Guajará-Mirim, conectando Rondônia e Bolívia. Este projeto, embasado no Tratado de Petrópolis de 1903, que marcou a aquisição do Acre pelo Brasil, é considerado crucial para o plano de integração sul-americana do governo, oferecendo uma nova rota de transporte na região. Incluída no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Ponte Binacional sobre o Rio Mamoré ligará Guajará-Mirim (RO) a Guayaramerín, na Bolívia, com uma extensão de 1,22 km e largura de 17,3 metros, orçada em R$ 430 milhões e com previsão de conclusão em 36 meses.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) lançou o edital para a obra em novembro passado, seguindo o Regime Integrado Diferenciado de Contratação (RIDC), no qual a mesma empresa encarregada dos projetos também realizará a execução. Antecipando a criação de até 4,3 mil empregos diretos e indiretos, o projeto abrange um complexo de fronteira de 9.282 m² e 3,7 quilômetros de pistas de acesso no lado brasileiro, enquanto o acesso boliviano terá cerca de seis quilômetros.
Além de fortalecer a integração sul-americana, a ponte oferece ao Brasil uma rota para o Oceano Pacífico através do território boliviano, possibilitando o transporte de cargas a custos competitivos em relação aos portos brasileiros. Para os bolivianos, representa a realização dos compromissos do Tratado de Petrópolis e o acesso ao Oceano Atlântico por meio do território brasileiro, estabelecendo uma relação que remonta a 120 anos. O tratado, de 1903, incorporou o Acre ao Brasil, originalmente parte do território boliviano desde 1750, com a Bolívia recebendo uma porção da região do estado do Mato Grosso em troca.