Um vídeo que tem circulado na internet mostra um homem negro sendo abordado e imobilizado por agentes da CCR Metrô Bahia na Estação Acesso Norte, em Salvador. Trata-se de Edmar Santos Costa Moreira, de 38 anos, que faleceu pouco tempo após a abordagem.
A suspeita da família do porteiro é de que ele morreu após ter sido asfixiado e teve uma parada respiratória. A causa da morte ainda não foi confirmada.
A ocorrência foi por volta das 6h da manhã de 6 de janeiro. Os chefes do homem ligaram para a esposa dele perguntando o porquê dele não ter ido trabalhar e, sem respostas, a irmã e o pai foram procurar Edmar no Instituto Médico Legal (IML). A identificação do corpo só aconteceu às 18h, mais de 12h depois do crime. O enterro aconteceu no dia seguinte, no Cemitério da Ordem Primeira de São Francisco.
Pedro Fernandes e Dielson Monteiro, advogados da família, reclamam que nenhum órgão entrou em contato para avisar da morte, apesar da vítima estar com os documentos. Edmar deixa três filhos.
Antes do crime
Ainda conforme a reportagem, o advogado detalha que gravações do dia mostram Edmar possivelmente alterado e testemunhas contaram que ele entrou “em vias de fato”. Por isso a equipe abordou o homem.
Em nota, a CCR Metrô lamentou o caso e informou que instaurou um procedimento interno para apuração dos acontecimentos, além de ter cedido as imagens de suas câmeras internas à polícia.
“O passageiro ingressou no terminal cambaleando e chega a cair ao chão, sendo ajudado por outras pessoas que estavam no local. Instantes depois, ele se envolve em uma briga com um vendedor ambulante dentro de um ônibus, sendo também agredido por terceiros. Ao constatar a confusão, os agentes de atendimento e segurança se dirigem ao local e contêm o passageiro, acionando, em seguida, a Polícia Militar e o SAMU”, descreve o comunicado.
Os agentes que participaram do atendimento desta ocorrência foram afastados de suas funções operacionais até a conclusão das investigações. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) aguarda o laudo médico que vai apontar a causa do óbito. Alguns agentes da CCR já foram ouvidos, mas, segundo um dos advogados, os depoimentos são contraditórios e sigilosos.