Um entregador por App foi baleado na coxa por um cliente após recusar subir até o apartamento para entregar o pedido. O caso aconteceu na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na última segunda-feira (04/03). Nilton Ramon de Oliveira, 24 anos, foi operado e encontra-se internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, nesta terça-feira (05/03).
O responsável pelo disparo, Roy Martins Cavalcanti, é policial militar e se apresentou na 30ª Delegacia de Polícia (Marechal Hermes), enquanto a Corregedoria da Polícia Militar iniciou uma investigação sobre o caso.
A confusão teve início quando Roy fez um pedido no Porto do Sabor da Praça Saiqui, localizado em Vila Valqueire, e Nilton foi até o local de bicicleta para efetuar a entrega. Ao chegar, o policial exigiu que o entregador levasse o lanche até o seu apartamento. Nilton explicou que não era obrigado a subir e a discussão começou por meio de mensagens no aplicativo.
Diante da recusa do policial em encontrá-lo, Nilton acionou o protocolo de devolução na plataforma e retornou à loja. Entretanto, Roy o seguiu.
Na Praça Saiqui, os dois iniciaram uma discussão. Nilton começou a gravar o episódio.
“Por que está colocando a mão na cintura?”, perguntou Nilton. “Não estou armado, cara. Sou trabalhador”, respondeu Roy.
A arma do policial apareceu na gravação. “Estou sendo ameaçado aqui, olha!”, relatou o entregador. “Ameaçado coisa nenhuma! Seja educado!”, gritou Roy.
Yuri Oliveira, também entregador, afirmou que tentou separar a briga com outros colegas. “Mas a confusão persistiu, o policial sacou a arma em direção a ele [Nilton] e acabou atirando nele”, declarou.
O atendente Jeferson Coimbra testemunhou o momento em que o PM atirou. “Ele chegou a prestar um primeiro socorro para ele, entrou no carro e foi embora, dizendo que era polícia”, disse.
“[Nilton é] um rapaz trabalhador, honesto, e alguém faz isso. É desumano”, acrescentou.
Colegas de profissão realizaram um protesto em frente ao condomínio onde a briga teve início. O caso é investigado pela Polícia Civil.