Presenciei uma cena triste e chocante na noite de sábado (16/03), na BA-528, a Estrada do Derba. Eram por volta das 19h50 quando passei na importante via soteropolitana e avistei um ‘bonde’ com cerca de 20 bandidos. Talvez até mais. Pelo menos cinco portavam armas longas, supostamente fuzis. Também tinham duas motos próximas.
O grupo criminoso havia saído de um matagal e, aparentemente, atravessaria a pista com destino ao bairro de Valéria. A cena foi a menos de 300 metros do Batalhão da Polícia Rodoviária Estadual (BPRV). O local é o mesmo em que o policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida morreu, no dia 15 de setembro de 2023, em um confronto intenso com integrantes de uma facção.
Retornava com familiares de um casamento em São Tomé de Paripe. Pouco tempo antes, diante da escuridão, uma pessoa chegou a questionar: “aqui não é perigoso, não?”. Felizmente não fomos abordados. Porém, a constatação é que os ‘vagabundos’ estão confortáveis e perderam o medo.
Pouco tempo depois da cena informamos a situação para o preposto da Polícia Militar que estava na frente da unidade do BPRV. Além disso, visualizamos em menos de 1 minuto uma equipe da PM formada por exatamente oito viaturas. Sinalizamos, os policiais pararam rapidamente e relatamos os detalhes aos oficiais Guimarães e Adães, que ouviram atentamente.
Já em casa, tranquilos e com os corações aliviados, fomos informados que aconteceu uma intensa troca de tiros na região e que uma guarnição da 10a CIPM que reforçava a área em apoio a um evento em Paripe chegou a ficar no meio de um fogo cruzado. É assustador e lamentável, mas pelo menos temos a certeza que a PM faz a sua parte.
Por Ramon Margiolle, editor do Informe Baiano
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