A série “Bebe Rena”, sucesso da Netflix, ensinou a várias pessoas sobre o crime de ‘stalking’, quando alguém persegue a pessoa, com muitos emails e ligações, por exemplo, mesmo que não haja nenhuma violência física ou moral. No Brasil, o caso de uma mulher presa por esse motivo voltou a tona após aparecer no Fantastico, na noite de domingo (19/05).
A suspeita, identificada como Kawara Welch, foi presa por stalking depois de perseguir durante cinco anos um médico e sua família, em Ituiutaba, Minas Gerais. dele. Em um dia, ela chegou a enviar 1.300 mensagens e a fazer mais de 500 ligações por celular.
A jovem de 23 anos estava foragida desde março do ano passado e foi presa no último dia 8, em uma universidade de Uberlândia, onde cursava nutrição.
Kawara Welch era paciente do médico e, em 2019, teria começado a persegui-lo, alegando estar apaixonada por ele. No começo, o médico parou de atendê-la para evitar as perseguições, mas não surtiu efeito
Segundo a denúncia, como ele resistiu ao assédio, ela passou a fazer ameaças e começou a ligar para familiares do profissional. O médico e sua mulher registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.
Além da perseguição, ela também foi acusada de furto, ameaça e extorsão. A defesa nega a prática de crimes.
Ao Fantástico, o médico disse que havia sido procurado pela jovem para tratar uma depressão, mas ela passou a tentar um relacionamento. Como ele se negava, ela enviava mensagens em que amarrava uma corda ao pescoço e simulava um enforcamento. Depois passou a ameaçar de enviar conversas que eles tiveram à mulher.
O médico relatou que a jovem apareceu em congressos que ele participava em outras cidades e ainda o perseguiu no trânsito, o que o obrigou a trafegar na contramão para se livrar da perseguição, conforme uma reportagem do Estadão Conteúdo.
Em uma das ocasiões, a jovem invadiu o consultório do médico que atendia uma paciente e agrediu a mulher dele. A estudante teria ainda furtado o celular da mulher do médico dentro da clínica, o que levou a Justiça a expedir um mandado de prisão contra ela. A defesa da jovem conseguiu que ela fosse liberada com a imposição de medidas cautelares, mas a denunciada não cumpriu as exigências. Um novo mandado de prisão foi expedido contra ela.
A ordem judicial foi cumprida pela Delegacia de Homicídios de Uberlândia. Os celulares da jovem foram apreendidos para uma perícia.
Na entrevista para o Fantástico, a defesa de Kawara Welch disse que o médico e sua cliente tiveram um relacionamento e que ela apenas buscava manter a relação. A defesa negou os crimes imputados à mulher. Já o advogado do médico disse que jamais houve relacionamento entre eles e, ainda que houvesse, não justificaria a conduta da acusada.