Um homem natural de Antas que cumpre pena por roubo a banco há mais de 10 anos no Complexo Penitenciário da Mata Escura está entre a vida e a morte.
Nesta quarta-feira (10/07), a esposa de Ubirajara Pedro da Silva, 48 anos, entrou em contato com o Informe Baiano para fazer um apelo. Ela afirma que o sistema prisional não tem condições de realizar o tratamento de Ubirajara, que precisa fazer uma cirurgia urgente. Ele usa cadeira de rodas e sofre com um tipo de câncer que atacou a próstata. Com isso, está expelindo sangue pelo ânus. Também tem um problema grave de coluna, que pode deixa-lo paraplégico. Osteoartrose de coluna lombar, hérnia de disco de coluna lombar e hemorroida, que vive em constante dor e tendo sangramentos, são os problemas diagnosticados.
Relatórios médicos da própria penitenciária confirmam a denúncia. O primeiro, datado de 2 de maio desse ano, aponta “que o quadro clínico era de difícil solução e que as dificuldades apresentadas no ambiente do sistema prisional, corre-se alto risco de piora ou queda, pois necessita de cuidados especiais e tem dificuldade de realizar atividades básicas diárias”.
Jessica Silva Santos afirma que foi feito um pedido de conversão de cumprimento de sentença do regime fechado para a prisão domiciliar de natureza humanitária, em razão do frágil estado de saúde, mas não foi atendido. A Defesa pediu também Habeas Corpus no Tribunal de Justiça da Bahia, mas o magistrado entendeu que não existiam os requisitos para concessão da liminar.
“Isso é uma violação aos Direitos Humanos. A juíza mandou marcar o exame e a consulta. Agendamos o exame, mas aí o presídio não leva para fazer. O presídio afirma que é não há condições dele ficar lá. Ou seja, nem faz e nem deixa a gente fazer”, disse.
“E agora querem mandar ele para Serrinha. Se em Salvador não estão conseguindo atender ele, imagine em Serrinha?. Não tem condições. A situação está difícil. Ele está muito magro e debilitado”, afirmou. “Ele não consegue nem sair da cela, pois a cadeira não passa pela porta”, acrescentou.
Os advogados de Ubirajara já acionaram a Comissão de Direitos Humanos da OAB e a Comissão Especial de Sistema Prisional e Segurança Pública para a adoção das medidas cabíveis.
“Eu peço que a Justiça olhe esse caso, pois é uma questão humanitária. Se não transferir para prisão domiciliar, pelo menos deixe fazer o tratamento. Do jeito que está eu vou buscar meu marido no caixão”, lamentou Jéssica.