A decisão de Marcel Maia Montalvão é uma tentativa de pressionar a empresa a quebrar o sigilo de conversas entre traficantes, para uma investigação em curso desde 2013. Ele é o mesmo do caso da prisão injusta do vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, em 1º de março deste ano.
Pelo país, as reações nas redes sociais foram enormes, e houve críticas diversas por um único juiz de primeira instância ter bloqueado um aplicativo em todo o território brasileiro.
Mas advogados, jornalistas e policiais lagartenses consultados pela BBC Brasil definiram Montalvão como, “bem preparado” e “humilde”. Disseram que ele está sempre usando um colete à prova de balas e acompanhado de uma escolta policial. Também anda armado, devido às ameaças que já sofreu.
Antes de chegar à cidade, onde é o único juiz da Vara Criminal, atendendo de furtos a homicídios, ele trabalhava em Estância, a 65 km dali. Lá teria sido ameaçado por criminosos e por isso candidatou-se à vaga no município vizinho.
‘Enérgico’ contra o tráfico
Com mais de 12 anos de magistratura e Titular da Vara Criminal da comarca de Lagarto, a 75 quilômetros da capital, Marcel Maia Montalvão é considerado enérgico em seu combate ao tráfico de drogas e preocupado com o impacto de entorpecentes sobre crianças e adolescentes.
Montalvão teve outras decisões de notoriedade no ano passado, quando decretou a prisão do ex-deputado estadual Raimundo Lima Vieira (PSL), envolvido em um escândalo de desvio de verbas da Assembleia Legislativa de Sergipe. Segundo o Ministério Público Estadual, o político fazia parte de um esquema de repasse irregular de recursos.