Durante viagem oficial à China, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), revelou que precisou suspender uma reunião com representantes da CCCC (China Communications Construction Company) e da CCECC, empresas responsáveis pela construção da Ponte Salvador-Itaparica, devido à apresentação de novas pautas que não haviam sido previamente informadas ao governo estadual.
A ponte, orçada inicialmente em R$ 10 bilhões, é cotada para ser a maior sobre águas da América Latina. No entanto, os chineses solicitaram a reavaliação dos custos da obra e novas formas de captação de recursos junto a instituições como o Banco do Nordeste e o BNDES.
“Logo pela manhã me apresentaram cinco pontos que eu não conhecia. Pedi para suspender a reunião, analisar com calma e retornar no fim do dia. Ficamos até quase 22h debatendo ponto a ponto”, explicou Jerônimo. Entre os temas discutidos, o único diretamente ligado ao contrato seria a possibilidade de surgimento de rochas frágeis durante as sondagens, o que poderia impactar o orçamento.
Outros pontos levantados incluíram a emissão de vistos para engenheiros chineses e a busca por novos financiamentos. Segundo o governador, essas questões não estavam previstas nas cláusulas contratuais originais.
Apesar do contratempo, Jerônimo destacou o apoio recebido do presidente Lula, que levou o tema da ponte às principais autoridades chinesas, incluindo o presidente Xi Jinping. “Ouvi sinais muito positivos. O presidente Xi se comprometeu com o projeto estratégico, e a ponte é um deles”, afirmou.
O governo baiano agora aguarda os próximos passos para assinatura do contrato definitivo e início das obras, que devem começar com desapropriações e intervenções fora da área aquática.
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