Nesta segunda-feira (09/06), no 35º dia de greve, a APLB-Sindicato realizou mais uma assembleia com professoras e professores da rede municipal de Salvador, no Ginásio dos Bancários. Por unanimidade, a categoria decidiu manter a paralisação e aprovou uma nova agenda de mobilizações para esta semana. Após a assembleia, os educadores seguiram em caminhada até a Praça Municipal. O principal ponto de pauta continua sendo o pagamento do Piso Salarial Nacional do Magistério.
Também nesta segunda, durante reunião com a diretoria da APLB, o executivo municipal propôs suspender o corte de salários anunciado, desde que a greve fosse encerrada ainda hoje. A proposta foi prontamente rejeitada em assembleia.
A direção da APLB reafirmou ao prefeito a continuidade do movimento grevista e a defesa dos direitos dos profissionais da educação. Outro ponto de insatisfação da categoria é a recente aprovação da Lei nº 9.865/2025, que altera o plano de carreira e a estrutura de remuneração dos professores da rede municipal. A nova legislação, sancionada em maio pela Prefeitura após aprovação na Câmara Municipal, vem sendo duramente criticada por docentes e sindicalistas, que exigem sua revogação imediata.
Entenda o impasse:
O que dizem os professores
Os professores da rede municipal deflagraram a greve no dia 6 de maio. De acordo com a APLB-Sindicato, a categoria havia recebido uma proposta de reajuste salarial da prefeitura em 29 de abril, prevendo um reajuste linear de 4%.
A proposta foi rejeitada sob o argumento de que o percentual era insuficiente para garantir o cumprimento da Lei do Piso do Magistério. O valor de R$ 4.867,77 foi divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) em 31 de janeiro, como o novo piso nacional do magistério para 2025.
No dia 7 de maio, a categoria realizou um protesto na Estação da Lapa para marcar as reivindicações. Além do pagamento integral do piso, que estaria defasado em mais de 58%, os professores também cobram climatização das escolas, materiais pedagógicos e valorização profissional.
Ainda em 7 de maio, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou, por meio de liminar, a suspensão imediata da greve em até 24 horas, com previsão de multa diária de R$ 15 mil em caso de descumprimento. Mesmo assim, os professores mantiveram a paralisação.
No dia 22 de maio, quando o reajuste proposto pela prefeitura foi aprovado, a categoria protestou em frente ao Centro de Cultura da Câmara Municipal, na Praça Thomé de Souza.
O que diz a gestão municipal
O Projeto de Lei com reajustes salariais para servidores municipais, proposto pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil), foi votado no dia 22 de maio. O PL define os seguintes percentuais de reajuste:
9,25% para professores de Nível 1 / Referência A;
6,65% para professores de Nível 1 / Referência B;
6,27% para o quadro suplementar do magistério público;
4,83% para os demais servidores municipais.